quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O arauto da indignidade

     O ex-presidente Lula, atolado na lama que continua escorrendo de seus governos, mais uma vez elegeu a imprensa como sua grande inimiga. Para o mais medíocre e ignorante ocupante do principal cargo da República, em todos os tempos, os jornais e revistas deveriam se calar diante dos crimes e desatinos cometidos por ele e seus companheiros. Na sua visão estreita e deturpada, o assalto aos cofres públicos cometidos pela quadrilha do Mensalão; a compra de dossiês falsificados; os dólares roubados que circularam pelas cuecas petistas; e sua relação ignóbil (por ser paga pelo Erário) com a chefe de gabinete da Presidência, entre outros delitos, deveriam ser mantidos em sigilo.
     A divulgação dessas mazelas, como deve ocorrer em qualquer democracia que se preze, é anunciada como parte de uma campanha destinada a desestabilizá-lo e ao Governo. O argumento não poderia ser mais canalha. Uma das atribuições da imprensa, inerente à sua própria existência, é a de fiscalizar o comportamento dos governantes, expondo-o à sociedade. Por isso, também e em especial, todas as constituições democráticas estabelecem o preceito da liberdade de expressão, a independência dos meios de comunicação.
     Uma imprensa que se respeite tem a obrigação de oferecer à população elementos que a ajudem a formar opinião, a julgar. O brasileiro tem o direito de saber que Lula tinha uma secretária especialíssima que era paga com o dinheiro do contribuinte e que usou seu 'prestígio' para montar um bando de criminosos; que seus principais assessores lideraram uma quadrilha de assaltantes e corruptos; que dinheiro roubado dos cofres públicos foi usado para quitar suas despesas, pessoais ou institucionais, não importa. É assim que as democracias funcionam, com ampla e irrestrita liberdade de informações.
     Mas é nesse ponto - o da liberdade - que reside a enorme divergência de Lula e seus seguidores com a democracia. Para essa gente, imprensa boa é a que só divulga os fatos positivos, os inegáveis avanços sociais, mesmo viciados. Em Paris, onde se esconde da obrigação de se explicar para a Nação, mais uma vez o ex-presidente usou o discurso mais vigarista, demagógico e populista para sair pela tangente e não encarar seus pecados: disse que jornais não denunciam "banqueiros" , pois são eles que garantem a publicidade.
     Ele sabe que isso não é verdade. Como sabe que os banqueiros - que ele e Dilma Rousseff costumam apontar como 'inimigos' - jamais tiveram momentos mais exitosos do que nessa Era lastimável que já dura dez anos. É o mesmo discurso deletério sobre as elites, que jamais estiveram tão ligadas ao PT como agora.
     A cada momento, esse personagem - o verdadeiro arauto da indignidade - se torma mais desprezível.

Um comentário:

  1. Esse lazarento é o homem público mais mentiroso da história do nosso pobre país. Ele parece seguir à risca o ensinamento do sinistro Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista:
    "Uma mentira repetida muitas vezes passa a ser verdade."

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