sábado, 1 de dezembro de 2012

No campo da demagogia

     Eu sei que sou 'relativamente' intolerante. Já, até, reconheci esse defeito algumas vezes. Mas os personagens dessa lamentável fase da nossa história me tiram do sério. Enquanto o mundo político desabava mais uma vez, sob o peso de novos escândalos produzidos por obra e graça da companheirada, a presidente da República, Dilma Rousseff, participava da mambembe solenidade de sorteio dos grupos da Copa das Confederações que será realizada pela Fifa, aqui, ano que vem. Uma solenidade comandada pelo mesmo cidadão (Gèrôme Valcke) que, há alguns meses, protagonizou alguns ataques inconcebíveis ao país.
     É o cúmulo do populismo bananeiro. Além de tomar conhecimento das estripulias públicas e privadas da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa, o país acabava de ser agredido com a confirmação de um PIB ridículo, o pior entre as nações da sua turma, comprovando a total ineficácia das medidas paliativas e pontuais que vêm sendo tomadas pelo seu Governo. E a presidente lá, em São Paulo, falando de futebol e fechando a boca em relação à nova leva de assaltantes dos cofres públicos descoberta nessa lastimável Era Lula e ao veto à lei que determinava a distribuição dos royalties do petróleo entre todos os estados e municípios.
     Pois é bom que todos nós nos lembremos que a medida festejada aqui no Rio, em São Paulo e no Espírito Santo desagradou à maior parte dos estados da federação. Tanto que foi anunciada pelos ministros, e não pela presidente que, afinal, foi a responsável pelo veto. Mas a turma do marketing palaciano procura não dar chances ao azar. Falar de futebol é muito mais palatável do que abordar corrupção e economia em crise. E, para todos os efeitos, quem cortou o dinheiro do Nordeste foi aquele cabra do Ministério das Minas e Energia. Pelo menos foi ele quem apareceu no Jornal Nacional.
     Lamentável, sob todos os aspectos.

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