quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Uma tragédia mais do que anunciada

     Os números divulgados pela Polícia Federal me levam a quebrar esse 'eloquente silêncio' ao qual me obriguei: 222 mortos e 1.942 feridos durante os festejos de Natal, nas nossas estradas. São totais capazes de envergonhar qualquer país, especialmente no estágio em que deveríamos nos encontrar. Não há desculpas, explicações, teorizações. É, simplesmente, uma catástrofe inadmissível.
     Não é possível que convivamos naturalmente com essas estatísticas. Os motivos são conhecidos de todos. Não é preciso ser um grande especialista para apontar o dedo na direção de estradas mal-sinalizadas, mal-conservadas e despoliciadas. A essas características, devemos somar a inconsequência do nosso motorista, de todas as categorias, incapaz de respéitar as mais rudimentares normas.
     A velocidade é controlada apenas nas proximidades da fiscalização. Superado o radar, pé no fundo, em uma constante disputa com os demais motoristas. A legislação que proíbe a venda de bebidas alcoólicas às margens das estradas é solenemente ignorada. A limitação do horário de trabalho de caminhoneiros (em especial) e motoristas de ônibus é mais uma das leis que não pegaram nesse nosso Brasil varonil.
     Lamentamos e nos solidarizamos com as vítimas inocentes do flagelo das armas, notadamente nos Estados Unidos. Mas passamos de passagem pelas tragédias com dia e hora marcados que aqui acontecem recorrentemente. Ou alguém tem dúvida de que nossa morticínio será registrado nos festejos de fim de ano? Ou no próximo carnaval?

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