domingo, 23 de dezembro de 2012

Nada a comemorar, exceto o julgamento do Mensalão

     Nossa presidente, lá daquele mundo de fantasias em que ela vive, alimentado por marqueteiros de todos os calibres, não se acanhou e lascou a seguinte frase em seu 'pronunciamento' de fim de ano à Nação: "Mesmo com o mundo cheio de incertezas, tivemos um ano bom e plantamos as bases para que o próximo seja ainda melhor".
     O primeiro - vá lá - 'pensamento' até que esteve próximo da realidade. O ano foi muito ruim para o mundo como um todo. A crise econômica destroçou o frágil equilibrio social de diversas nações, em especial Espanha e Grécia. Portugal e Itália frertaram o tempo todo com a catástrofe. Na Síria, a vida humana perdeu de vez o valor. Houve tragédias em todas as partes, a última delas - recorrente - nos Estados Unidos.
     Até aí, a frase da presidente ainda se sustentou. Daí em diante, nada mais do que palavras absolutamente desassociadas da realidade. Não tivemos um ano bom, presidente. Aliás, foi péssimo. Inflação acima da meta (apesar dass manobras) e um PIB ridículo não podem ser considerados bons indícios. Sem falar na recorrência de escândalos envolvendo a turma dos principais escalões do governo.
     De bom, mesmo, só o resultado do julgamento do Mensalão, que terminou com a condenação à cadeia de diversos quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos. Essa foi, sem dúvida, a grande notícias do ano, o sinal mais claro de que, apesar de tudo, podemos ter um mínimo de dignidade. E, convenhamos, não foi algo que o governo pudesse comemorar. Ao contrário.
     Pior do que 2012 é difícil, mas não impossível, é verdade. Nunca é demais lembrar que o governo conseguiu não funcionar em 2011, um ano inteiramente perdido para os escândalos que culminaram com a demissão de sete ministros - recorde absoluto na história republicana.
     Há uma grande chance de o ano que vem sem melhor, sim. Mas não dependerá do Poder Executivo. E sim de a Justiça - leia-se STF - colocar os bandoleiros do Mensalão atrás das grades.

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