quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A verdade incomoda

     Todos os jornais de hoje dão como certa a demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Pelo que se depreende das notícias, o grande pecado do futuro ex-ministro é não se conter e dizer a verdade ao dar entrevistas. Há pouco mais de uma semana, provocou a ira dos petistas ao reafirmar que havia votado em José Serra na última eleição, fato sabido desde há muito tempo.
     Quando das homenagens pelos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no Congresso, Jobim, além de elogiar o aniversariante, lançou no ar uma crítica generalizada a uma era de mediocridades. E a carapuça caiu sob medida na cabeça dos atuais dirigentes, que se sabem limitados.
     Não satisfeito, avançou um pouco mais o sinal, afirmando à revista Piauí, que deve chegar às bancas amanhã, entre outras coisas, que a ministra das Relações Institucionais, a ex-senadora Ideli Salvatti é "muito fraquinha" e que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann não conhece Brasília, certamente uma imagem educada para definir a falta de experiência da sua quase ex-colega de ministério.
     Se confirmada, como se garante e o PT exige, será a primeira demissão no Governo Dilma que não estará associada a denúncias de corrupção, enriquecimento desproporcional e/ou roubalheira. E - as circunstâncias levam a crer - encerrará um processo provocado pelo próprio Jobim, através das seguidas demonstrações de divergência e impaciência com os caminhos tortuosos da atual administração.

2 comentários:

  1. As recentes demonstrações de independência e coragem desse falastrão vaidoso, embora expressem verdades inquestionáveis, não se devem propriamente a discordâncias com os caminhos da atual administração -afinal, sempre mostrou-se afinado com a administração anterior - mas a um sonho de voo mais alto: a presidência, em 2014. Deve ter achado que era a hora de "pular do barco petista"...

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  2. Também acho, Paulo. Ele jamais discordou da essência, tanto que estava lá há muitos anos. Fico imaginando, no entanto, o espanto das Forças Armadas com o novo 'chefe', ele, o amigo de Chavez e de todas as ditaduras do mundo, especialmente a do Irã.

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