segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A farsa dos senadores

     Vamos ver se eu entendi direito: alguns senadores que fazem parte da base do 'atual governo' estão apoiando uma faxina no ... 'atual governo'. Quer dizer que o 'atual governo', quase cópia do anterior, está precisando ser desinfetado, expurgado das ratazanas que construíram seus ninhos na Esplanada dos Ministérios, cujos integrantes fazem parte do 'atual governo'.
     Seria até engraçado, se não fosse mais uma demonstração lamentável de servilismo, de diversionismo, além de uma chance de conquistar alguns minutos sob os holofotes das tevês e espaço nos jornais, que se limitam a noticiar, sem discutir, avaliar.
     Em primeiro lugar, não há qualquer evidência de um projeto de moralização. Houve, sim, no caso do Ministério dos Transportes, uma reação às denúncias de verdadeiros escândalos na administração de verbas públicas - roubalheira, em síntese. E, mesmo assim, por força de uma disputa intestina de posições no Governo, uma grande queda-de-braço pela administração do cofre das estradas e ferrovias.
     Nas demais crises - Agricultura e Turismo, por exemplo -, nada foi feito para conter os malandros. A turma do Turismo foi pega pela Polícia Federal, alvo de um enorme tiroteio do próprio governo, preocupado em não melindrar o PMDB, seu companheiro de primeira hora. Na Agricultura, nem isso. Sem falar nas denúncias que envolvem o comando do Exército, sequer abordadas oficialmente.
    Acenar com apoio a faxinas que não existiram e com uma fantasiosa determinação para conter os abusos é uma enorme e redundante falácia. Uma grande farsa encenada por autoproclamados arautos da dignidade, que se recusaram a assinar o pedido de abertura de uma CPI da corrupção.

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