terça-feira, 30 de agosto de 2011

Compromisso com o atraso


     O que será que o Brasil pensa sobre a deposição do ditador líbio Muammar Kadafi? E sobre os assassinatos cometidos pelo ditador sírio Bashar Al-Assad? E sobre as denúncias de que o governo cubano aumentou a repressão aos opositores?
     Enquanto o mundo discute seu próprio futuro, ligado ao presente, especialmente no Oriente Médio, o Brasil - que se quer líder e representante de uma fração de peso - se cala, se omite, sai pela tangente, atado, ainda, a conceitos políticos que cheiram a naftalina.
     Nem mesmo as notícias de verdadeiros genocídios praticados por ditadores de vários matizes abalam nossa cegueira internacional. Nossos descaminhos em busca de um protagonismo que, antes de qualquer coisa, se mostre crítico à liderança americana.
     Nélson Rodrigues, há muitos anos, classificou essa postura - vá lá - 'esquerdista' de complexo de vira-lata. Durante décadas, grande parte dos nossos expoentes políticos bradou contra o império. Na segunda década do século 21, continuamos os mesmos ressentidos, tão medíocres quanto qualquer coronel de opereta, como Hugo Chavez, o aprendiz de ditador venezuelano.
     A omissão brasileira face ao clamor por liberdade em velhas ditaduras é um sintoma de fragilidade intelectual, de limitação, de compromisso com o atraso.

Um comentário:

  1. Completamente frágil..e covarde...vergonhoso.. Aproveito pra desabafar o meu descontentamento de uma geração coca cola,como o talentoso músico Renato Russo citou na música, porém, atenta ao que acontece no nosso país e me sinto mal por ver que o país se põe omisso, se cala,quando era e é pra dar as caras, dizer a respeito de tanta crueldade e horror nos países do Oriente Médio,e os demais que vestem a camisa da violência,da chacina pondo em risco a população que nada tem a ver com a ignorância dos poderosos.

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