terça-feira, 9 de agosto de 2011

Corrupção também no Exército?

     Dispensa de licitação, favorecimento de empresas de parentes e amigos, duplicidade de pagamentos, desvio de verbas. À primeira vista, pode parecer o retrato do imenso esquema de corrupção que - prevalecendo as denúncias - envolve os ministérios dos Transportes, Agricultura e Cidades, em especial. Segundo a Folha, não. Tudo isso teria acontecido no Ministério do Exército, de acordo com investigações já concluídas do Tribunal de Contas da União e que envolvem oito generais, incluindo o comandante da Força, Enzo Peri, oito coroneis, majores, capitães e tenentes, num total de 26 pessoas.
     O escândalo, divulgado pelo repórter Marco Antonio Martins com mais detalhes, hoje, tem um enorme potencial destrutivo, por atingir, de frente, representantes de uma instituição tida como referência de dignidade, dedicação, altruísmo. E que goza da admiração e do respeito da população.
     Os fatos, no entanto, paracem icontestáveis. O TCU, de acordo com o jornal, analisou contratos realizados pelo Departamente de Engenharia e Construção do Exército, entre 2003 e 2007, quando era dirigido pelo general Enzo Peri, e convênios com o DENIT, entre 2003 e 2010, descobrindo transferência ilegal de pelo menos R$ 15 milhões a empresas de militares, através de uma certa Fundação Ricardo Franco (patrono da Engenharia Militar), criada para dar suporte ao Instituto Militar de Engenharia.
     Segundo a Folha, o Exército afirmou não ter conhecimento das investigações do TCU e optou por não falar sobre o assunto. Será preciso fazer mais do que isso, certamente. O passado de dedicação ao país não é sinônimo de imunidade. Ao contrário. As Forças Armadas, por definição constitucional, têm o dever de zelar pela dignidade das instituições e, em especial, pela sua própria história.

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