terça-feira, 2 de agosto de 2011

Menino, cala a boca!

     O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do Governo no Senado, fez exatamente o que se previa: em uma tentativa simplória de abafar a crise provocada pelas denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura, feitas pelo irmão, Oscar Jucá Neto, demitido da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pediu desculpas à presidente Dilma Roussef pelo problema causado pelo parente.
     E saiu do encontro matinal no Palácio do Planalto como se tudo estivesse resolvido e o irmão fosse apenas um idiota de babar na gravata, e não o ex-dirigente de uma empresa apontada como foco de corrupção. As acusações - o PMDB, do irmão e do ministro Wagner Rossi teria transformado a pasta em um "balcão de negócios e onde só havia bandidos" - foram descartadas, quando deveriam ser apuradas detalhadamente.
     Fico imaginando o enorme trabalho de convencimento para fechar a boca a que deve estar sendo submetido o demitido Oscar Jucá Neto. Semelhante, talvez, ao efetuado com outro dirigente afastado recentemento, ex-diretor do DNIT, Luis Antonio Pagot, que recolheu as armas que apontara para o esquema de roubalheira que envolve o Ministério dos Transportes e que continua provocando defecções.
     Pagot, ao final, embora destituído, saiu prestigiado e elogiado. Jucá Neto, que também fora demitido, após a revista Veja ter divulgado denúncia sobre pagamento ilegal de R$ 8 milhões a uma empresa de um sem-teto de Brasília, no entanto, explodiu. Sentindo-se vítima de 'fogo interno' (a informação foi passada à revista por alguém do próprio ministério), usou a mesma Veja para atirar, surpreendendo, ao que parece, o próprio irmão e, por tabela, o Governo, já alvejado por seguidas denúncias, que incluem, ainda os Ministérios do Exército e o das Cidades.

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