quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sujeira vai parar sob o tapete

     A saída de Wagner Rossi do Ministério da Agricultura - após a divulgação de suas jornadas aéreas a bordo de um avião do Grupo Ourofino, empresa da área de saúde animal que ampliou consideravelmente suas 'relações' com o Governo - é um ótimo exemplo da tal faxina que, insisto, é uma arma de marketing, um - digamos - factoide, palavra que andou na moda qui no Rio há alguns anos.
     Rossi não saiu por que um irmão do senador Romero Jucá (Oscar Jucá) denunciou falcatruas na pasta - mais especificamente na Conab. Ou em represália às suas relações não muito republicanas com empresas particulares. Tampouco pelas acusações quanto à presença, no prédio do Ministério, de um lobista, que, além de distribuir propina, teria , inclusive , direito a sala e outras mordomias absolutamente irregulares.
     Ao contrário. O agora ex-ministro 'aceitou' a demissão, proposta, ao que se sabe, pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), seu 'padrinho' no Governo, para evitar que as mais recentes notícias de corrupção evoluíssem a ponto de atingir "escalões superiores", de acordo com interpretação do Estadão, com base em "fontes do Planalto".
     Para não fugir da imagem de limpeza (?), não tenho dúvidas que o Governo - com essa decisão - está, na verdade, empurrando a sujeira para baixo do tapete, mais uma vez. Afasta um aqui, aceita a demissão de outro ali. E vai levando, aproveitando a falta de sentido crítico da maior parte dos veículos de comunicação.
     No único momento sério do combate à corrupção que infesta o país - a prisão de algumas dezenas de pessoas ligadas ao Ministério do Turismo -, o Governo mostrou o que pensa, de fato, sobre o tema: em peso, passou a condenar a Polícia Federal, pelo uso de algemas, e a Polícia Civil do Amapá, pela divulgação dos 'bonecos' dos acusados. A roubalheira ficou em segundo plano.
     Em tempo: sai Rossi e entra o deputado gaúcho Mendes Ribeiro Filho, líder do Governo no Congresso. Do PMDB, é claro. O país espera que o novo ministro aprofunde as investigações sobre corrupção na pasta que vai assumir. Ou será que já está tudo resolvido?

Um comentário:

  1. É o tal ´´me engana que eu gosto``. Uma dissimulação patética da política. Vou fingir que sinto muito em desviar o dinheiro público e depois vocês arrumem outro no meu lugar. As mídias noticiam assuntos irrelevantes e enquanto isso vamos por panos quentes já que UM político corrupto saiu, iupi!
    Aff...é muita pilantragem,tá demais. ´´Pára o ônibus que quero descer.``Quero pegar o jatinho, só uma vez e levar a família toda. Ah,não posso? Entendi,só se fosse corrupta..ah ok...que pena.

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