quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Chantagem ou acomodação?

     Como eu previ na segunda-feira, a 'comissão suprapartidária' do Senado, que anunciou apoio à tal faxina (?) que a presidente Dilma Roussef estaria fazendo no Governo, teve repercussão nos meios de comunicação e o apoio de agentes 'insuspeitos' do jornalismo.     
     A farsa tomou ares de verdade. Senadores dos partidos da base - PMDB em especial - se alinharam contra a corrupção, fazendo de conta que os corruptos fazem parte de uma entidade de outro planeta, e não do próprio Governo.
     Um exemplo claro de diversionista: o monocórdio senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Se ele estivesse, mesmo, querendo ir a fundo na luta contra a corrupção, teria assinado o requerimento para a CPI, que acabou naufragando. Já o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), normalmente uma voz oposicionista isolada dentro do seu sempre governista partido, acredita que "a presidente Dilma está tentando se desvencilhar da herança maldita que herdou do ex-presidente Lula."
   Embora respeite o histórico do senador pernambucano, acho que ele se deixou levar pela fantasia criada em torno do episódio das demissões da turma do Ministério dos Transportes. E entrou na onda dos que denunciam chantagens da base governista, talvez por conhecer mais profundamente seus pares.
     As demissões - no entanto - eram inevitáveis, pois a roubalheira no DNIT chegou a níveis inimagináveis. Os demais escândalos também são graves, mas não se comparam, em valores absolutos, principalmente. Além disso, atingem diretamente os partidos do vice-presidente, em especial, e da própria presidente, o que gerou uma manobra de acomodação, que não pode ser chamada de chantagem.
     Só haveria essa tal chantagem, nos termos sugerido pelo noticiário, se o chantegeado tivesse algo a esconder, a temer, a negociar. Se não fosse assim, bastaria denunciar formalmente os chantagistas e conquistar o apoio da sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário