sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O recruta do Lula

     Sai um falastrão, entra um dos mais medíocres ex-ministros das Relações Exteriores que o Brasil teve em toda a sua história, derrotado em 99% dos pleitos em que se meteu. O Ministério da Defesa não poderia ficar em piores mãos. Na verdade, poderia, sim. A base governista é capaz de oferecer - sempre - o que há de mais desastroso na política brasileira. Basta lembrar as recentes denúncias de corrupção envolvendo diversos ministérios.
     Com a indicação do diplomata Celso Amorim para comandar as Forças Armadas, o Governo reforça a imagem do cachorro correndo atrás do próprio rabo. A atual presidente recorre, para postos mais delicados, a personagens que fizeram parte da equipe do seu antecessor, com pequenas variações.
     Por mais que eu me esforce, não consigo enxergar no defensor perpétuo de regimes ditatoriais (Irã, Líbia, Cuba, China, Síria e Venezuel, entre outros) o perfil que se poderia esperar de alguém que, em tese, deve liderar os chefes militares. Ao contrário, sua visão do mundo - ao menos a que se depreendia de atos e palavras - é a antítese do pensamento das Forças Armadas.
     Também não entendi bem essa história, repercutida pelos 'críticos a favor', de que a presença de Celso Amorim na Defesa contribuiria para as pretensões brasileiras de integrar em definitivo o Conselho de Segurança da ONU. Logo ele, um personagem que marcou sua passagem pelo governo anterior por um claro antagonismo com os Estados Unidos e pelas juras de amor eterno trocadas com ditadores das mais diversas origens.
     Outra versão que já começa a assumir ares de verdade remete à sua participação no processo destinado a reequipar as Forças Armadas, em especial a Aeronáutica, carente de novos aviões de combate. A prevalecer a opinião técnica, no entanto, os tais caças franceses, opção do governo passado, do qual Amorim era um lídimo representante, jamais seriam escolhidos.
     Pode-se concluir, com base nessas constatações, que a única credencial do novo ministro da defesa é a fidelidade demonstrada ao ex-presidente Lula, cuja opinião continua sendo determinante.
     Espera-se, ao menos, que o ministro recém-escolhido nos poupe de vê-lo fantasiado de general. Até por que teria que raspar a tão meticulosamente aparada barbicha.

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