quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O consumidor paga a conta

     O tema 'combustíveis' exerce uma grande atração em mim, especialmente desde o fracasso do Pró-Álcool (fui um dos muitos que acreditaram e acabaram com um 'mico' na garagem). Assim, mergulho em cada notícia sobre o assunto, como fiz hoje, em O Globo.
     Em uma delas, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, confirma a necessidade de aumentar a importação de gasolina e diesel para suprir as necessidades do país. Segundo ele, esse aumento deve passar, a curto prazo de 5% para até 40%, pois a capacidade de refino nacional está no limite. Trocando em miúdos: o Brasil tem petróleo, mas não tem capacidade para transformá-lo. Assim como não tem estradas, portos, aeroportos e ferrovias decentes para manter o ritmo de crescimento.
     Evasivo, o presidente da Petrobras admitiu, também, que o preço do litro da gasolina entregue às distribuidoras pode subir - custa, hoje, acreditem, R$ 1,05. É isso mesmo. Sem a menor cerimônia Gabielli (aquele que chora quando leva broncas da presidente) reconhece, implicitamente, que o consumidor, na ponta, paga quase o triplo, por conta - em especial - do custo do álcool misturado obrigatoriamente à gasolina e dos impostos avassaladores.
     Há, claramente, alguns vilões nessa novela de preços. Não se pode aceitar passivamente que um produto sofra esse tipo de pressão que onera, em linhas gerais, o já assoberbado contribuinte. A solução simplista é a já conhecida: jogar os aumentos no colo do consumidor. Como vem acontecendo. Apesar de 'barata' em uma ponta, a gasolina chega aos tanques dos veículos absolutamente inflacionada.
     E o álcool hidratado? Ninguém mais usa, a não ser em casos excepcionais. Não vale a pena. É só fazer as contas na hora de abastecer. Nossos usineiros optaram pelo lucro maior gerado pelo açúcar. Ainda bem que a indústria automobilística evoluiu para os veículos flex. A gente vai mesmo de gasolina, poluindo o ambiente e jogando no esgoto uma tecnologia que deveria nos orgulhar.
     E ainda há quem, inocentemente, acredite que vive em outro mundo, como o
diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Carlos Henrique de Brito Cruzo. Segundo ele, também no O Globo, "o álcool de cana-de-açúcar brasileiro continuará sendo a mais promissora tecnologia de bioenergia disponível no planeta, não devendo ser superada tão cedo". A não ser pela incompetência dos nossos dirigentes e ganância dos produtores, eu completaria.

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