segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O 'Dia das filhas'

     O Dia dos Pais, para mim, é mais uma oportunidade de festejar minhas filhas, a alegria de ter acompanhado o nascimento, crescimento e a entrada na fase adulta dessas duas pessoas - Flávia e Fabiana - que marcaram meu passado e definem meu presente.
     Ser pai de meninas - aprendi isso na prática -, além de ser extremamente prazeroso (posso chamá-las de 'princesas', como faço até hoje, sem o menor constrangimento), é uma quase garantia de ter sempre a presença delas em casa, mesmo quando elas já têm suas casas, maridos, filhos, trabalho.
     Talvez nem tanto pelo pai, mas por essa misteriosa e bem-vinda ligação que elas continuam mantendo com a mãe, a quem recorrem a cada momento, como se o cordão umbilical ainda estivesse garantindo seus suprimentos de vida. O segredo é aproveitar. E eu aproveito cada momento que posso.
     Há, é verdade, os 'contrapesos'. Quando novas, eram aqueles caras que apareceram na minha casa e que eu fuzilava com os olhos, em ameaças explícitas. Casadas, são os cabras que se aboletam no meu sofá, torcem para times diferentes do meu e me 'obrigam' a ficar calado quando o adversário sapeca um surra neles (louco para gritar "goooool").
     Mas são esses mesmos cabras que fazem suas vontades, tratam com carinho e são o pai atencioso dos meus netos, um, e - por enquanto - apenas o meu companheiro de aventuras rodoviárias pelas chapadas e pantanais do país, o outro.
     Ter filhas - perdoem-me os que não as têm - é diferente. Eu sei que já não sou o 'heroi' que elas cultivavam na infância. Meus muitos defeitos e limitações ficaram mais visíveis, com o tempo. Mas ainda noto que olham para mim com um jeito diferente. Um jeito 'filha', que continua vivo, apesar de tantos anos.

2 comentários:

  1. Serão sempre as princesas. Só sabe,na prática,o significado e os sentimentos quem tem. Quem sabe,um dia,não tenha um pra chamar de meu,kkk..ou minha.

    beijos

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  2. Serão sempre princesas, sim. E você tem ainda muito tempo. Como diz minha filha mais nova - que reluta em dar um primo a Júlia e Pedro, a medicina está a favor das mulheres que adiam a maternidade.

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