quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sigilo é fundamental

     Uma notícia publicada, entre outros, pelo Estadão, é, de fato, preocupante. Segundo o jornal, a presidente Dilma Roussef quer que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, informe sempre que a Polícia Federal for realizar uma operação como a que redundou na prisão de algumas dezenas de funcionários do Ministério do Turismo. A presidente quer ser avisada com antecedência, como acontecia com o ex-presidente Lula.    
     Para que isso aconteça - por óbvio - será necessário que a PF quebre o sigilo das investigações e espalhe as informações pelo Governo, perdendo o decisivo efeito surpresa, fundamental para pegar os bandidos em flagrante, ainda com as mãos no cofre. A alegação presidencial é a mais simplória: não quer ser surpreendida, ao acordar, com notícias ruins sobre seu governo.
     Já pensaram? A PF descobre um bando de assaltantes em atividade e avisa que vai prendê-los. Isso não daria certo. Informações podem vazar, independentemente da vontade e seriedade dos chefes. Aliás, essa prática não deu certo durante os dois períodos anteriores. A submissão da Polícia Federal à ideologia dominante gerou a impunidade, por exemplo, da quadrilha do Mensalão, dos aloprados, dos viajantes presos com dólares na cueca.
     Se eu fosse presidente, ficaria feliz ao saber - mesmo com atraso - que o crime estava sendo punido, especialmente nas salas ao lado do meu gabinete. Lugar de corruptos é na cadeia, e não em salas acarpetadas de ministérios ou palácios. Sejam eles do PMDB, do PR, do PT ou do PSDB.

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