sábado, 13 de agosto de 2011

'Bonecos' e algemas

     Estamos assistindo a mais um capítulo da novela diversionista sobre o mais recente escândalo no Governo Dilma, registrado no Ministério do Turismo. Até ontem pela manhã, a companheirada dos acusados apontava a metralhadora verbal na direção da Polícia Federal, pelo uso de algemas para imobilizar a turma da farra no Amapá. Hoje, a munição está sendo toda dirigida à Polícia Civil do Estado, por ter - aparentemente - facilitado a divulgação das fotos dos presos, quando da identificação criminal.
     Os 'bonecos' foram publicados por um jornal local e espalhados pelo país. Exatamente como acontece em dezenas de casos, diariamente. Até ontem, não lembro de a presidente da República e o ministro da Justiça terem criticado a aparição, em rede nacional, de algum prisioneiro - digamos - 'comum'.
     Ao contrário. Nossas autoridades, quando interessa, estimulam a Polícia (seja ela de que nível for) a expor suas vitórias contra criminosos, para mostrar ao respeitável público que a Lei está em curso etc etc.
     Em tese - já que normalmente os 'bonecos' são divulgados, como agora, antes dos julgamentos -, todos, companheiros, ou não, são inocentes. Se é para reclamar do 3x4 da turma amiga, é preciso condenar todos os demais casos, democraticamente.
     Ou será que bandido oficial - aquele que assalta os cofres públicos - é menos bandido do que o que rouba carteiras nos vagões de trens suburbanos?
     Na verdade, é sempre bom destacar, essa celeuma toda faz parte da tentativa de desviar a atenção do crime em si. O foco sai dos escândalos em série no atual governo para a algema ou o retrato, contornando a roubalheira recorrente.

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