domingo, 14 de agosto de 2011

Projeto de poder passa pela corrupção

     A recorrência de casos envolvendo petistas e aliados em casos escabrosos de corrupção e avanço nos cofres públicos esconde, por trás da simples roubalheira, a concepção de conquista do poder que define as ações do Partido dos Trabalhadores há duas décadas, pelo menos.
     Na busca desesperada por recursos que dessem consistência à sua alavancada política, o PT desenvolveu uma enorme teia de agentes capazes de, em nome da causa, atropelar as leis e jogar no lixo qualquer resquício de dignidade que porventura existisse.
     Às primeiras conquistas, ainda tímidas, de prefeituras paulistas, seguiu-se a montagem de esquemas de captação de rercursos 'não muito republicanos', através da extorsão. O caso de Santo André, nesse quadro, foi emblemático. Enquanto o dinheiro extorquido de empresas de ônibus era direcionado às campanhas do partido - segundo denúncias de ex-militantes e de um inquérito policial ainda em aberto -, havia a participação direta do prefeito Celso Daniel.
     Quando o dinheiro começou a ser desviado para bolsos particulares, o ex-prefeito rompeu com o esquema e, por isso, acabou assassinado. Não são teorias: essa a síntese da denúncia apresentada à Justiça. Os operadores desse esquema, de acordo com a família do ex-prefeito e com os promotores - eram o ex-ministro José Dirceu e o atual ministro Gilberto Carvalho, entre outros.
     De Santo André, o esquema evoluiu para o Mensalão - ainda com os mesmos personagens - e criou as condições para a ocupação de todos os setores da vida pública, gerando essa imensa e aparentemente infindável sequência de escândalos que marcaram as administrações Lula e a vêm alvejando a atual era Dilma.
     Em nome do que alguns chamam de 'causa ideológica', tudo passou a ser permitido, aceitável. A corrupção deixou de ser algo vagamente 'cultural', para se transformar em uma arma fundamental do projeto de poder.

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