terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma vitória da Justiça

     Uma boa notícia - ou interpretação de uma afirmação - para a democracia e a decência: o futuro ministro do STF, Teori Zavascki, ao ser sabatinado hoje no Senado, deixou claro que não pediria para 'ver o processo' do Mensalão, caso se sentisse habilitado a votar. Em outras palavras: caso se achasse apto, não necessitaria consultar os autos, o que jogaria o julgamento para um futuro incerto e não sabido e beneficiaria, direta e especialmente, o bloco petista da quadrilha que assaltou os cofres públicos no Governo Lula.
     Logo depois, outro bom sinal: o presidente do senado, José Sarney, antecipou que a sabatina, interompida no fim da tarde, só será retomada após as eleições municipais, marcadas para 7 de outubro. Até lá, o Mensalão continuará rendendo sérias dores de cabeça ao esquema de Poder vigente. É possível, até, que outro astro do PT seja condenado (o ainda deputado federal João Paulo Cunha já está contando o tempo que falta para ir preso em tempo integral ou, na melhor das hipóteses, ser obrigado a dormir na cadeia).
     Ao retirar do novo futuro ministro a responsabilidade de escolher entre participar, ou não, do julgamento - pelo menos imediatamente -, o Senado reduz a pressão que naturalmente o atingiria. Não havia meio termo. Algo como 'se correr, ...'. A suspeição, mesmo infundada - como leva a crer o histórico do novo ministro -, poderia comprometer a imagem do Supremo e da própria Justiça, que vem sendo resgatada graças, principalmente, à atuação corajosa e independente do ministro Joaquim Barbosa.
     Um país - especialmente tão desigual como o nosso - precisa acreditar na independência da sua Justiça.

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