segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Às favas com a ética

     Um exemplo recente e emblemático da ´ética' que prevalece no atual governo e que foi destacado por vários jornais e revistas, entre eles a Veja: a presidente Dilma Rousseff nomeou três novos conselheiros para a Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que estave impedida de trabalhar por falta de quórum. Dois dos membros anteriores não foram reconduzidos por terem ousado pedir a punição de dois ministros, os ínclitos Carlo Lupi (do Trabalho) e Fernando Pimentel, o ainda e inexplicavelmente titular do Desenvolvimento e muitas coisas mais.
     É exatamente o que o Governo gostaria de fazer com a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal: colocar para fora aqueles que não seguem a cartilha oficial. Como não pode - os ministros têm estabilidade -, saiu à procura de juristas que tenham o perfil semelhante ao de José Antônio Dias Toffoli. No caso da Comissão, o mandato é de apenas três anos. Se não criarem problemas, os conselheiros garantem mais três.
     Essa é a questão que se coloca ao país, sem que tenha a devida repercussão. O Governo não se contenta, apenas, em aparelhar todos os escalões do funcionalismo público, ocupando todos os cargos relevantes e criando outros para militantes de comprovada fidelidade à 'causa'. Seguindo os passos de regimes de exceção do passado, luta para dominar todos os setores, como fez com o Congresso, aviltado e corrompido no episódio do mensalão do Governo Lula.
     A Justiça, ao longo da vida republicana, tem sido mais reticente a avanços na sua dignidade. Personagens de inquestionável história e saber jurídico não têm se dobrado aos poderosos de plantão, ao contrário do que acontece, por exemplo, na Venezuela. Aqui, os tribunais têm mantido sua independência, e o atual julgamento do assalto aos cofres públicos realizado pelo Governo Lula é um exemplo dessa postura mais altiva.
     Nesse episódio da Comissão de Ética, mais uma vez ficou evidenciado o verdadeiro comportamento oficial. Não há marketing que resista a uma análise objetiva dos fatos.

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