segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Até Lewandowski reconhece que houve vigarice

     A turma do Banco Rural não escapou, sequer, do crivo - digamos - 'liberal' do ministro revisor do processo do Mensalão do Governo Lula, Ricardo Lewandowski, um dos dois que conseguiram argumentos para tentar absolver o ainda deputado João Paulo Cunha, do PT paulista, que acabou condenado por vários delitos. Parece que não há dúvidas que houve, entre outras coisas, a tal gestão financeira fraudulenta, um eufemismo para a vigarice desenvolvida em parceria com o publicitário Marcos Valério e o Partido dos Trabalhadores.
     Pelo que se apresenta, vai ser difícil, mais tarde, quando entrarem em julgamento as lideranças políticas, descobrir caminhos jurídicos para livrar o resto da companheirada da cadeia. Na verdade, podemos inferir que não houve 'empréstimo' algum. O Banco era apenas o repassador da dinheirama subtraída da Nação, através do esquema chefiado pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu, segundo entendimento da Procuradoria Geral da República.
     As empresas de Marcos Valério 'fingiam' que prestavam os serviços cujo pagamento lastreava os repasses, 'socializando' parte do roubo, no caminho entre os cofres públicos e a turma do PT e parceiros. Foi um assalto em grande estilo. Seus mentores só não contavam com o chilique do ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou no pensava estar vendo e acertou em todos os que estavam à sua volta, incluindo os ocupantes do Palácio do Planalto, que ele frequentava com assiduidade, quando se viu ameaçado por acusações paralelas.
     Jefferson enxergou em José Dirceu o responsável pelas denúncias que o envolviam com deslizes na Caixa Econômica, e saiu atirando. Foi assim que o País descobriu que a turma do PT assaltava seus cofres e distribuía o dinheiro entre correligionários e 'apoiadores', partidos e políicos que formavam e ainda formam a tal base de sustentação. O termo 'Mensalão' surgiu aí, numa referência ao repasse do furto. Simples assim.
     Fico imaginando os exercícios retóricos que os ministros Lewandowski e Dias Toffoli precisarão fazer, mais adiante, para tirar José Dirceu, José Genoíno, Professore Luizinho e outros da mesma estirpe do centro dessa pilantragem. Vai ser difícil, mas nada é impossível para quem foi condescendente com o companheiro cuja mulher foi flagrada, em um caixa do Banco Rural de Brasília, sacando R$ 50 mil em notas estalando de novas.

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