domingo, 16 de setembro de 2012

PT está à beira do cadafalso

     A semana que começou hoje, domingo, tem tudo para ser uma das piores da história do PT. A companheirada passou o dia desmentindo a revista Veja e acusando a Oposição (como se ela existisse, de fato) pela reportagem que exibe, sem subterfúgios, o que toda a Nação que raciocina além das quatro operações já sabe há muito tempo: a presença do ex-presidente Lula no Mensalão, o maior escândalo institucional dessa tão maltratada República.
     Amanhã, o Supremo Tribunal Federal retoma o julgamento da quadrilha que assaltou os cofres públicos, de acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, envolvendo, pela primeira vez,de forma direta, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o segundo (ou terceiro, vá lá ...) maior destaque do Partido dos Trabalhadores. De contrapeso, o ex-tesoureiro do Partido, Delúbio Soares, homem de confiança do ex-presidente, o obreiro que assumiu toda a culpa, embora por um crimezinho de segunda classe, que imaginava prescrever.
     Não sei se todos notaram, mas o PT, em nenhum momento, se volta contra o publicitário Marcos Valério, responsável pela administração de parte da roubalheira registrada no Go9verno Lula. Em situações semelhantes - e em outras anteriores, muito parecidas -, o normal seria o 'acusado' reagir contra o acusador, prometer processá-lo por calúnia, difamação e tudo o mais que o Código Penal permitisse.
     Mas não é isso que acontece. O PT sabe que não pode engrossar as vozes que pedem a prisão do seu ex-parceiro de fé, 'avalista' de tantos 'empréstimos não-contabilizados' (é assim que essa gente chama o assalto praticado contra o País). Como jamais investiu contra o ex-deputado e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson, que deflagrou todo esse processo, ao se sentir ameaçado .
     Jefferson, ao contrário, teve sempre a compreensão dos aliados. Lula chegou a dizer, certa vez, que assinaria um cheque em branco para ele. Marcos Valério também vem merecendo o mesmo tratamento diferenciado por parte do restante da quadrilha e de seus pares. Esse pessoal tem a exata noção do perigo a que estariam expostos, caso comprassem uma briga com seus parceiros no assalto aos cofres públicos.
     O ex-deputado da força-tarefa collorida e assíduo frerquentador do Palácio do Planalto no governo Lula já atirou a toalha há algum tempo. Sabe que não vai escapar da condenação, assim como não conseguiu evitar a cassação. Marcos Valério - pelo que se lê, vê e observa - ainda tem esperanças de não parar na cadeia. Sendo inevitável, joga no ar ameaças de ampliar as denúncias. E nem mesmo assim recebe uma reprimenda do PT, um 'pito'.
     É muito mais fácil e cômodo transferir a responsabilidade para a Veja e José Serra, por exemplo, acusá-los, repetir o jogo de cena que vendo sendo exibido há seis anos, as mesmas mentiras, a mesma tática debochada que tanto agrada à turma do "eles roubaram também", do "era só caixa 2".
     Mais do que nunca, o futuro do PT está nas mãos dos dois ministros escalados para defendê-lo no STF. A dúvida é saber até que ponto a 'revisão' do próximo voto do relator (pelo histórico, deve pedir a condenação da todos os envolvidos na compra e apoio político) vai influenciar a Corte. Espero que em nada, como vem acontecendo sistematicamente, desmoralizando sua presença no Tribunal.

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