sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Os filhos da igorância

     Insisto: o grande mal que aflige o mundo moderno ainda é a ignorância, mãe de todos os ramos do radicalismo, especialmente o religioso. A reação do 'mundo islâmico' ao tal filme que satiriza o Profetá Maomé (um filme que ninguém viu, muito menos aqueles bandos que tomaram as ruas de cidades do Oriente Médio e Ásia) é proporcional à estupidez que leva multidões a interpretar, no caso, o Corão de forma literal e extremada.
     As reações a uma simples representação do Profeta beiram ao irracional. Não é necessário, sequer, que haja uma provocação vagabunda, como a do filme em questão. Produzir um prosaico desenho e/ou uma imagem podem levar seu autor à morte, já que o Islamismo - segundo interpretações absurdas - proíbe essa prática. Aceitar esse comportamento, como um componente cultural, é uma agressão à evolução, à humanidade.
     Por culpa de governos e clérigos radicais, muitas vezes meros terroristas (como o do Irã), as massas são reduzidas à ignorância, num processo que claramente atende à interesses políticos que passam pela conquista e manutenção do poder absoluto. Essa região do planeta, mal-saída de anos de opressão externa (foi ocupada por ingleses, franceses, italianos, belgas etc por séculos), mergulhou no mais absoluto obscurantismo, no fanatismo que a remete à Idade Média.
     Em nome de Maomé - um profeta do bem, do entendimento, da paz entre os homens, como todos os demais, das mais diversas religiões -, cometem-se os mais absurdos desatinos. A história está repleta de exemplos de intolerância, de perseguições, de abusos cometidos em defesa da fé. Lamentavelmente, os exemplos não são aproveitados pelas gerações atuais especialmente dessa região da Terra.
     O ódio aos Estados Unidos não reflete, apenas, a condenação às intervenções militares e ao apoio dado a Israel, na sua luta pelo direito inquestionável de existir. Ele atende à insanidade de lideranças que menosprezam seus povos, ao estimular sua mediocrização e explorar sua ignorância.
     Efeitos da Primavera Árabe? Poupem-me dessa vigarice retórica.

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