sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Presidente vulgariza o cargo

     Leio, na Folha, que a presidente Dilma Rousseff, atendendo a um 'pedido' de seu antecessor (eu diria que foi uma ordem, mas ...), vai participar do comício do candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Lamentável. A presidente do País, em pleno exercício, desce do posto de representante de toda a Nação para agir como um vulgar cabo eleitoral, apequenando a dimensão do cargo que ocupa.
     Se não bastasse o fato de ser uma atitude imprópria para um supremo mandatário, Dilma esquece que seus deslocamentos são feitos às custas de toda a população e exigem um enorme investimento no aparato de segurança e na logística dispensados a alguém na sua posição.
     Para mim, sem a menor sombra de dúvida, esse ato constitui-se, no mínimo, em improbidade administrativa. Isso, sem levar em conta o aspecto moral. Mas é assim que nossa sofrida República vem funcionando nesses últimos nove anos e nove meses. O público vem sendo posto à disposição do privado (e da privada) constantemente, sem que essas atitudes gerem a indignação devida.
     A presidente mais uma vez reforça a tese de que é apenas uma das faces do verdadeiro patrão, a ' mulher do Lula', como ficou conhecida pela população menos esclarecida na época da eleição.
     Talvez ajude Haddad a ganhar mais alguns votos e a chegar ao segundo turno - uma hipótese muito viável, hoje. Mas certamente vai perder ainda mais credibilidade entre aqueles que conseguem raciocinar, discernir.

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