sábado, 15 de setembro de 2012

A verdade sobre a Era Lula

     Quem tem a paciência de ler meus textos talvez lembre que venho destacando, há muito tempo, que torcia ardorosamente pela condenação rigorosa do publicitário Marcos Valério, um dos administradores do Mensalão. Por ele - que deve pagar pelos crimes cometidos -, e pela enorme possibilidade de, vendo-se condenado à cadeia, decidir contar tudo o que sabe sobre as canalhices ocorridas sob as asas do Palácio do Planalto. Pelo que Veja publica, isso está começando a acontecer.
     Ainda não é uma acusação direta. Ainda parece com algo semelhante a um aviso, um alerta, embora bem mais incisivo do que os recados anteriores do dono das empresas que serviam de fachada ao assalto realizado aos cofres públicos. Mas já aponta para uma roubalheira muito maior do que a que está em julgamento, chefiada, de fato, pelo ex-presidente Lula, e não apenas pelo seu fiel escudeiro e ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, secundado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
     Desesperado - pelo que indica a reportagem, que recomendo a todos -, sabendo que dificilmente escapará da cadeia por um período que pode chegar facilmente a 20 anos, Marcos Valério usou (para o bem do país) a Veja para o que eu entendo como sua última jogada. De imediato, acusa, através de terceiros, o ex-presidente Lula de ser o verdadeiro chefe da quadrilha, de saber de tudo o que se passava.
     Particularmente - faço a ressalva que é uma opinião pessoal, mas formatada com base no acompanhamento de todos os incidentes -, jamais tive dúvidas da culpa do ex-presidente. Seria impossível, na minha ótica, que um esquema de tamanha dimensão ocorresse na sala ao lado da sua, no Palácio, sem que ele participasse. O episódio em que ele e seu pranteado vice estiveram na mesma casa (de um deputado petista) em que um dirigente do antigo PL recebeu uma fortuna (cerca de R$ 10 milhões) seria suficiente para tirar qualquer dúvida que eu tivesse.
     A versão posterior - Lula teria ficado na sala, enquanto a canalhice ocorria no quarto - só serviu para aumentar minha convicção, pelo ridículo, pelo desprezo à inteligência da nação, prática comum nessa era inciada há pouco mais de nove anos e nove meses. Já não bastassem as diversas reações quando o escândalo estourou, as mentiras asquerosas.
     Os números sugeridos por Valério assustam: a pilantragem oficial chegaria a, no mínimo,  R$ 350 milhões, e não apenas aos 'singelos' R$ 53 milhões descobertos até agora. Dinheiro desviado dos cofres públicos direta e indiretamente, envolvendo o esquema petista instalado no Poder e empresários ávidos pelas benesses oficiais.
     Como o ex-presidente gostava de dizer, nunca, jamais, em tempo algum houve uma quadrilha tão canalha como a que se instalou no Governo, decidida a fazer tudo o que fosse possível para se perpetuar no Poder. Infelizmente - não me canso de repetir -, Lula não está no banco dos réus, apesar de ser o evidente responsável por essa herança maldita e ignóbil que, de algum modo, pode interferir, sim, no governo atual.
     Como prega a doutrina jurídica americana aceita entre nós, tudo o que temos hoje é fruto da mesma árvore envenenada. A Era Lula nasceu, cresceu e floresceu no lodo da corrupção.

2 comentários:

  1. Meu caro Marco Antonio, minhas esperanças no Lula se desvaneceram no dia em que ele disse, sobre a riqueza do filho, que o moleque era um gênio. Sabemos nós que gênios das finanças, e do mal, foram aqueles que, instalados no poder, negociaram vantagens com as telefônicas. Empresas que até hoje, pela impunidade decorrente, prestam mau serviço a milhões de brasileiros. Daí pra frente foi uma festa. Um vale-tudo em cima das finanças públicas. Acho que a Dilma segurou um pouco isso, e está sendo hostilizada até por isso.

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  2. Há muitos e muitos anos eu também, Romildo, cheguei a acreditar minimamente no Lula. Votei nele, contra a ameaça do Collor. Não imaginava, naquela época, que o PT e Lula chegariam a tal ponto de degradação. Na verdade, jamais votei no PT, especificamente. Semopre desconfiei daquele ar messiânico, do culto à personalidade etc. Infelizmente estava com a razão. Quanto à presidente: não consigop esquecer que ela fez parte de tudo, desde o início.

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