sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ex-ministro desrespeita a Justiça

     Definitivamente, o ex-ministro da Justiça e atual advogado de porta de xadrez mais caro do Brasil, Márcio Thomaz Bastos, comprova, a cada dia, que não há limites para o comportamento dos personagens dessa lamentável era que já dura nove anos e oito meses. Suas últimas consideração sobre o resultado parcial do julgamento do Mensalão do Governo Lula - o maior escândalo da história política brasileira - resvalam no desprezível, no insultuoso, no absoluto desrespeito à mais alta Corte de Justiça nacional.
     Grotesco, como seu chefe direto na época do Mensalão, fez comentários depreciativos sobre os magistrados que condenaram seu cliente direto (um executivo do Banco Rural) e os demais quadrilheiros, incluído, nesse rol, o ex-presidente das Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), atual candidato a um bom par de anos na cadeia. Ele , assim como Lula, não se conforma com a isenção de ministros indicados nos dois últimos governos petistas. Estava contando - como destaca O Globo -  com a submissão dos magistrados, nivelados, em uma concepção deletéria, a Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores que assumiu a roubalheira, em nome da causa.
     Márcio Thomaz Bastos notabilizou-se, nos últimos anos, pelo aconselhamento que deu ao ex-presidente Lula, quando este foi atingido pela torrente deflagrada pelas denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (atual presidente do PTB!!!); pela defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira (abandonada recentemente e pela qual teria cobrado R$ 15 milhões); e pela defesa de um dos acusados no processo do Mensalão. Sem dúvida, é um currículo invejável.
    Agora, refletindo o desespero dos quadrilheiros (ainda há muita gente para ser julgada, em especial os 'companheiros' José Dirceu - colega de Bastos no ministério -, José Genoíno e Delúcio Soares, entre outros menos votados), volta-se contra o STF, uma atitude, no mínimo, irresponsável e rancorosa, pois parte de alguém que já ocupou nada menos do que o Ministério da Justiça do Brasil.
     Se imaginou, por algum momento, que suas críticas vão intimidar o plenário do Supremo Tribunal Federal, creio que errou totalmente na dose. Os votos contundentes da quase totalidade dos ministros - exceção óbvia para o revisor do processo, Ricardo Lewandowski (cuja família é amiga da família de Dona Marisa Letícia Lula da Silva, que teria defendido sua indicação), e para o ex-empregado do PT, José Antônio Dias Toffoli - mostram que a vilania passou longe do Tribunal.

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