sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A desmoralização do PT

     A relação de condenados pelo assalto aos cofres públicos realizado no primeiro governo Lula e denunciado pela Procuradoria-Geral da República aumenta a cada dia. Se em algum momento houve alguma dúvida sobre a roubalheira comandada pelo PT, ela vai se desmanchando a cada explanação do ministro Joaquim Barbosa, recheada de fatos, documentos, constatações; a cada voto condenatório. A turma petista ligada intimamente ao ex-presidente vai sendo desmascarada diariamente, vai sangrando ao vivo e a cores, irreversivelmente.
     O PT pode - e certamente vai - ganhar novas eleições, manter o poder por algum tempo, mas está definitivamente desmoralizado. Não resiste sequer ao achincalhe de um ex-inimigo, apontado tantas vezes como corrupto. O ex-governador mineiro e atual deputado Newton Cardoso, do PMDB, atual aliadíssimo do PT (indicou vice na chapa de Patrus Ananias à prefeitura de Belo Horizonte), por exemplo, tripudia, hoje, em entrevista a O Globo.
     Entre outras alfinetadas, o 'trator Newtão', como era conhecido, afirma que está sendo difícil "carregar o PT" e que o partido e seu guru, Lula, "perderam o discurso". E não para por aí. Com uma elevada dose de 'maldade', lembrou que "Lula esteve por aqui e não ajudou em nada". Quase que dá para ver o sorriso de escárnio; sentir a enorme satisfação: "Estamos assistindo à ascensão e queda do PT. Tudo o que sobe demais cai com mais força", golpeou, sem perdoar o 'parceiro' que já está quase na lona.
     Newton Cardoso é uma das faces - digamos - menos 'extravagantes' do novo perfil de afinidades petistas. O maior símbolo do 'novo PT' (na verdade, o Partido dos Trabalhadores jamais mudou, a máscara apenas caiu), certamente, é o deputado federal e ex-governador paulista Paulo Maluf, a quem Lula foi beijar a mão e implorar apoio para seu candidato à prefeitura paulista. Nunca, jamais, em tempo algum, um partido que se propunha honesto e ideológico fez tantas composições espúrias quando o PT. Nunca.
     De Maluf a Newtão; de José Sarney a Fernando Collor. Não há limites para o estelionato ideológico praticado pelo PT. O balaio batizado de 'base de apoio' aceita de bom grado qualquer gato. Mais do que aceita, estimula, atrai, compra - como está ficando transparente no julgamento do Mensalão.
     Não há limites para a falta de escrúpulos, para a manipulação de fatos, para a imposição de mentiras, para a chantagem paternalista. O projeto de poder petista não encontra limites na decência.

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