quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dilma colocou a carapuça

     Alguns fatos passaram despercebidos na defesa intransigente da presidente Dilma Rousseff ao governo e à herança deixada por seu antecessor (ministros corruptos, esquema de assaltos aos cofres públicos em diversos órgãos, conivência com desmandos de ONGs vigaristas etc) criticados em artigo publicado por Fernando Henrique Cardoso.
     Embora não fosse o alvo direto do texto de FHC - ao contrário -, a presidente reagiu como a antiga 'mulher do Lula", como salientei ontem, aqui no Blog. Tomou aa dores do 'marido' e partiu para briga. As justificativas para seu desabafo ficam claras quando verificamos algumas das suas justificativas. Além da fidelidade ao seu mentor, Dima Rousseff sentiu-se atingida, pois participou diretamente dos dois períodos de governo anteriores, sempre em cargos de destaque, como o de ministra da Casa Civil.
     Aos meus olhos e ouvidos, essa confirmação da participação direta soa como confissão dos crimes que venho apontando há algum tempo. Não há como disvincular a atual presidente dos escândalos da primeira fase dessa Era Lula. Ela estava lá quando explodiu o Mensalão; quando os aloprados foram descobertos; quando surgiram no ar os dólares na cueca de um petista de renome; quando foram denunciados atos indignos na Casa Civil.
     É de uma ligeireza criminosa achar que a atual presidente passou ao largo de tantaos atos desabonadores, de tanta ignomínia praticada em nome da causa. Sua indicação para o cargo, por si só, é um exemplo inquestionável de compromisso com tudo o que vinha sendo feito e que continuou sendo feito, como os desvios de verbas em órgãos públicos, manipulação de concorrências. Não podemos esquecer que Dilma foi apresentada como a 'mãe do PAC', esse grande buraco negro por onde escoam alguns bilhões de reais.
     Essa imagem fantasiosa criada em torno da presidente - de boa gestora e instransigente com a corrupção - não se sustenta, jamais se sustentou. Foi inventada pelo marketing palaciano e rapidamente espalhada pela tropa de choque midiático do PT. O tal PAC vive de números forjados, manipulados. Suas obras patinam e são alvo de denúncias da mais deslavada corrupção (o escândalo da Delta é um exemplo da pilantragem). Também não houve punição para os acusados de ladroagem. Sete ministros e diversos dirigentes de estatais deixaram os cargos, "a pedido", e continuam levando a vida sem problemas.
     Até mesmo os quadrilheiros do Mensalão recebem tapinhas nas costas do atual Governo. João Paulo Cunha - candidato, hoje, apenas a um bom par de anos atrás das grades - foi acarinhado por diversos ministros do primeiríssimo escalão. José Dirceu mantém sua posição no altar petista. É claro que houve e há o aval da presidente, que também aprova - isso é óbvio!!! - as reações hidrófobas do seu partido ao andamento do julgamento da companheirada.
     Tudo isso explicaria a reação da presidente ao recente artigo de Fernando Henrique Cardoso. Embora não fosse o alvo, enfiou a carapuça. E ela coube direitinho.

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