sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sob o domínio de bandidos

     Talvez - e só talvez - o ministro Dias Toffoli também estivesse legislando em causa própria, com premonitória antecedência, ao fazer a defesa de penas pecuniárias para os condenados de seu partido, o PT, no caso do Mensalão do Governo Lula (foi o que ele fez, não resta dúvida). É cedo para quaisquer julgamentos ou ilações, mas são deploráveis os indícios de seu envolvimento com participantes do escândalo da chamada máfia dos pareceres, desbaratada pela Polícia Federal.
     Como nos revela O Globo de hoje, um personagem destacado de toda a pilantragem, o petista - sim, ele era filiado ao partido e ativista - Evandro da Costa Gama, procurador da Fazenda Nacional no Amapá, surge como intimamente ligado ao atual ministro do STF, que o levou para trabalhar na ... Casa Civil. E sob a chefia de quem? Ganhou uma estrelinha vermelha quem respondeu José Dirceu, o todo-poderoso do Governo Lula. E não podemos esquecer que Toffoli exerceu o cargo de ministro da Advocacia Geral da União (AGU), para onde também levou o mesmo Gama, agora acusado. Mas é claro que ele também não sabia de nada. Era apenas amizade.
     Vejam bem como tudo se encaixa nessa lamentável Era. Todos os atores principais de todos os escândalos e safadezas passaram ou estão no mais alto escalão do poder inaugurado em 2003, quando da posse do ex-presidente Lula. E todos, de alguma maneira, têm ligação com o ex-ministro José Dirceu, incluindo Dias Toffoli, que foi seu assessor, e a recentemente demitida chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa, que foi 'repassada' a Lula pelo seu ex- chefe da Casa Civil, que já a conhecia há 12 anos.
     São fatos, não apenas suposições. A sujeira se espalha em todos os setores, chegando a enlamear até mesmo postos que, em tese, deveriam estar acima de qualquer suspeita, como os da AGU. No caso específico da maracutaia envolvendo o ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) e sua Ilha das Cabras, Dias Toffoli e o amigo Evandro da Costa Gama - de acordo com levantamento comprovado - atuaram juntos.
      Essas constatações servem para reforçar minha convicção de que jamais estivemos - o Brasil - tão mergulhados na indignidade, fruto do saque aos postos-chave do Governo promovido pelo PT, na sua ânsia de aparelhar o Estado. Com a desculpa inicial de que os fins justificariam os meios - ilícitos, não esqueçamos -, montou-se um esquema gigantesco de assalto aos cofres da União, corrupção, troca de favores.
     Em determinado momento, o roubo com fins 'ideológicos' (se é que isso é possível) foi 'socializado'. Instituiu-se, no país, a cultura da apropriação dos bens públicos, tratados como se fossem privados. Vivemos num país administrado por ladrões.

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