quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PT agride a dignidade da Justiça

     Ayres Brito, o agora quase ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (completa 70 anos domingo e cai na compulsória), foi mais uma vez brilhante ao responder a uma questão levantada em uma entrevista para a GloboNews, ontem, sobre o que achava da expectativa da cúpula petista de ter votos favoráveis no julgamento do Mensalão, pois a maioria absoluta da Corte - ele, inclusive - foi indicada pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff.
     Com palavras bem semelhantes, lembrou que tinha gratidão pessoal ao ex-presidente, que o indicou, mas que a toga está acima de qualquer sentimento, exceto o de respeito à Constituição. E, notem bem, ele mesmo foi um militante da linha de frente do Partido dos Trabalhadores, pelo qual candidatou-se a uma vaga na Câmara. Não conseguiu. O País perdeu um congressista certamente digno, mas ganhou um magistrado exemplar.
     O PT, antes de protagonizar mais um atentado à dignidade nacional, com a nota oficial que divulgou ontem, em defesa dos bandoleiros condenados merecidamente à cadeia, deveria se mirar no exemplo de Ayres Brito. Seria pedir muito, eu sei. Dignidade política e ideológica é algo que passa à distância do PT e de seus asseclas, sempre dispostos a agredir os princípios democráticos, na busca fanática pelo poder absoluto.
     É essa falta de dignidade que leva personagens como os ministros da Justiça, José Roberto Cardozo, e do STF, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (Lula é recorrente), a encenar atos indecorosos, como os mais recentes, ao serem confrontados com a inexoralibidade das penas impostas aos quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos, petistas em especial.
     Petistas e demais bandoleiros terão, sim, que cumprir as penas impostas por nossa mais alta Corte. E da maneira mais rigorosa possível. Adaptando um velho adágio à atualidade, digo que, produzidos aqui, é aqui que os crimes devem ser pagos. O Brasil tem que manter a moralidade, para impedir que criminosos em geral se locupletem.
     Em extremo, sugiro que os responsáveis pelas nossas prisões "medievais" sigam a sugestão de um leitor de O Globo, expressa na página de cartas de hoje: se não há vagas nas cadeias ou institutos para alojar os novos condenados, o sistema deveria ir libertando os mais antigos, os que lá já estão há muito tempo e que, por isso, pagaram parte das suas penas. Quem ainda não pagou, deve ir para o fim da fila.

Um comentário:

  1. No Brasil, infelizmente, temos estádios e sambódromos monumentais e presídios medievais...
    Além disso, é preciso entender de uma vez por todas que o problema não é o número excessivo de presos, mas a falta de presídios.

    ResponderExcluir