sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Novas revelações de um bandoleiro

     Fico imaginando o desespero que está tomando conta do PT e seus satélites em função das mais recentes revelações do publicitário Marcos Valério sobre a participação do ex-presidente Lula e outros companheiros graúdos não apenas no episódio que ficou conhecido como Mensalão. O parceiro dos quadrilheiros, além contar novos detalhes sobre as vigarices do maior assalto aos cofres públicos já realizado nesse país, acenou com o envolvimento do bando no assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em 2002.
     Para quem não lembra ou tem memória seletiva, os irmãos do prefeito morto e o Ministério Público de São Paulo afirmam que Celso foi executado porque decidiu revelar o esquema de cobrança de propina das empresas de ônibus do interior paulista, destinado a arrecadar fundos para as campanhas petistas, especialmente a que levou Lula ao seu primeiro mandato. Ele fazia parte de tudo e só teria decidido desmontar a roubalheira porque o dinheiro estava enchendo bolsos particuilares, além dos cofres petistas. Pela 'causa', tudo bem.
     As denúncias são assustadoras e partem do personagem mais indicado para fazê-las, pois teria participado de tudo. Desmerecê-las é uma tática compreensível, mas insípida. Valério fala do envio de dinheiro para contas - várias - no exterior em nome de Lula e do ex-ministro Antonio Palocci (de acordo com reportagem de Veja, que teve acesso ao depoimento do operador do Mensalão) e do pagamento de propina a um empresário que fazia parte do esquema de achaque às empresas de ônibus e que estava chantageando o ex-presidente e o PT, ameaçando revelar os intestinos do assassinato do prefeito. E haveria ainda mais a contar, de acordo com o publicitário, que tenta escapar da cadeia - foi condenado a mais de 40 anos de prisão.
     Pelo conjunto dessa obra salafrária, a Procuradoria Geral da República - que já está com o primeiro depoimento de Valério - não poderá relegar o tema a segundo plano. Já não será mais possível engavetar as denúncias, tratá-las - como querem o PT e seus asseclas - apenas como manobra tática desesperada de um condenado para fugir do encontro com as grades. O fato de ser também um quadrilheiro não reduz a importância do denunciante. Ao contrário.
     Historicamente, a Justiça se vale de criminosos menos importantes para chegar aos mais graúdos, os verdadeiros chefões. Afinal, quem melhor para contar detalhes de um crime do que o parceiro no delito?
     O Mensalão, como era previsível, está provocando tempestades ainda mais fortes do que as já catalogadas. Há um evidente entrelaçamento entre fatos absolutamente escusos ocorridos nos últimos 10 anos e que precisam ser devidamente apurados, em respeito à Nação.

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