quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vingança petista é adiada

     O recuo estratégico do relator da CPI do Cachoeira, deputado mineiro Odair Cunha (do PT, é claro), é mais uma evidência do cabotinismo ideológico da companheirada. A leitura oficial do seu relatório, que seria feita hoje, foi transferida para a semana que vem, a seu pedido, em virtude da péssima repercussão do seu conteúdo. Além de livrar os amigos do verdadeiro rei (os governadores Sérgio Cabral, do PMDB fluminense, e o petista Agnelo Queiroz, de Brasília), o deputado de recados petista teve a ousadia de recomendar investigação sobre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
     A atitude seria tão insensata que provocou revolta até mesmo entre os aliados do governo, como o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), um 'insuspeito' ex-ministro do governo passado. No plenário da CPI, Miro afirmou - e Veja reproduziu - que o texto do relator não poderia contemplar qualquer citação relativa ao procurador: "
Em nenhum momento desses debates essa comissão votou qualquer coisa, insignificante que fosse, que se aproximasse da suspeita contra o procurador-geral", destacou.
     O mesmo raciocínio vale para tentativa de incriminação do diretor de redação de Veja em Brasília, o jornalista Policarpo Júnior. Como até mesmo a francamente petista Federação Nacional dos Jornalistas destacou, pode-se criticar os meios usados pelo jornalista para conseguir informações, mas jamais seu direito de levá-las ao público.
     Quanto ao governador goiano Marconi Perillo (PSDB), o relatório ora sustado poderia ser defendido. As evidentes ligações entre ele e o contraventor Carlinhos Cachoeira devem ser apuradas ao extremo. Há, no mínimo, situações comprometedoras, que exigem uma resposta à altura. Semelhantes, em quase tudo, às que envolvem os também governadores Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz.
     Como se apresentou, o relatório em suspenso não passa de uma peça de retaliação, uma resposta à condenação dos métodos e personagens petistas envolvidos no assalto aos cofres públicos realizado no governo Lula.

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