quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A afirmação da integridade

     A importância da posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal não pode ser reduzida ao fato de ele ser o primeiro negro a assumir essa posição no Brasil. É muito mais do que a afirmação de um negro. É a consagração de um homem íntegro, que não se submeteu às pressões e bombardeios originados desse lamentável mundo petista, sempre disposto a apoiar desajustados - não apenas os quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     O próprio ministro já manifestou opinião semelhante, há alguns dias, quando questionado sobre o simbolismo da sua presidência. Joaquim Barbosa destacou que não seria o caso de vincular expressamente sua posse ao fato de ser negro. Sua presença no STF, muito mais do um gesto de afago às minorias, representa a afirmação da sua qualificação para o cargo, fato que independe da cor da sua pele.
     É verdade que sua indicação para o STF teve muito a ver com o fato de ser negro, pelo que se sabe. Mas não apenas e somente por ser negro. Barbosa já era brilhante à época, o que justificaria a escolha de seu nome.
     Assim, essa insistência em colocá-lo como referência de movimentos negros me parece - por estranho que soe - algo racista. Assim como as diatribes lançadas 'genericamente' contra o STF e que, de fato, dirigem-se a ele, Barbosa, em função do rigor com que tratou os envolvidos no Mensalão.
     Esperava-se - de fato, os petistas em geral esperavam - que ele fosse subserviente e mostrasse eterna gratidão pela escolha que partiu do 'senhorzinho' do PT. Contava-se que ele pagasse sua 'carta de alforria' com votos favoráveis aos interesses do Governo.

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