quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ministro volta a atacar, defendendo criminosos ...

     Você sabia que o sr. Ramon Rolerbach, sócio do publicitário Marcos Valério e condenado por uma penca de crimes, incluindo corrupção ativa e formação de quadrilha, é um ótimo profissional; bom vizinho; bom pai de família; amigo dos amigos; e mentor de uma jovem também publicitária, filha de um amigo "médico", assim, com esse destaque ridículo para a profissão? Pois é. Confesso que eu não sabia de nada disso. Aliás, só fiquei sabendo da existência desse personagem acompanhando o julgamento do escândalo que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula, no STF.
     E só fui informado de todas essas qualidades desse réu de tantos crimes hoje à tarde, ao acompanhar mais um vergonhoso voto do ministro Ricardo Lewandowski. Sua Excelência, com a desfaçatez que vem marcando sua atuação ao longo de todo o processo, recitou para a Corte longos trechos de 'depoimentos' de amigos do já condenado publicitário, justificando sua decisão de conferir pena mínima e um criminoso maior. Algo lamentável, que explica o fato de o ministro já não poder ir a um restaurante, sob pena de ser vaiado.
     Mas que ninguém imagine, por um segundo sequer, que o ministro 'revisor' estava preocupado com o réu em questão. Jamais esteve. Sua defesa - ele age como um advogado de defesa dos bandoleiros - mirava mais longe. Ao destacar a vida pregressa de Rolembarch, já estava plantando os argumentos que usará mais à frente, direta ou indiretamente (através do ex-empregado do PT, Dias Toffoli), a favor da turma que realmente interessa a ele: os dirigentes petistas José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares.
     Quase posso antecipar, hoje, o que Lewandowski levará ao Tribunal quando seus 'clientes indiretos' estiverem recebendo as penas pelos crimes que cometeram contra a democracia. Se um publicitário qualquer merece tanto apreço do preclaro ministro, imagino sua louvação ao histórico de lutas da companheirada. É verdade que ele não poderá atuar pessoalmente na dosimetris da pena de José Dirceu e José Genoíno, por tê-los absolvido. Mas sempre poderá contar com seu parceiro de votação, Dias Toffoli, que passou parte da vida subordinado ao ex-ministro da Casa Civil e que, pelo menos, condenou José Genoíno.
     Uma condenação que, tomo a liberdade de inferir, me parece que foi estratégica. Se acompanhasse a absolvição proposta pelo parceiro, Dias Toffoli também ficaria impedido de defender seu antigo chefe no PT, como ficou decidido posteriormente. E aí me reservo o direito de fazer nova ilação: ao absolver a companheirada, Lewandowski não lembrou que estaria abrindo mão de defendê-la. Ao ser confrontado com decisões anteriores - das quais ele mesmo tinha participado - foi obrigado a aceitar o afastamento dessa fase do processo, pois quem absolve não apena.
     Malandro demais se atrapalha ...

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