terça-feira, 13 de novembro de 2012

Justiça iluminada

     "O melhor desinfetante é a luz do sol."
     A frase, transcrita hoje em alguns jornais, entre eles O Globo, é do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, que está prestes a se aposentar compulsoriamente (completa 70 anos domingo). O ministro gosta de poesia e, durante o julgamento do Mensalão do Governo Lula, usou e abusou, com perícia, das boas imagens e dos votos inflexíveis.
     O ministro tem toda a razão. A clareza da democracia, exercida plenamento no Brasil - apesar do PT e de seus satélites, sempre dispostos a atropelar a liberdade -, é o melhor remédio contra a cupidez de governantes; contra a indignidade de políticos; contra a falta de escrúpulos de um grupo que vende ou aluga não apenas o teclado, mas a consciência.
     Exercido estritamente às claras, sob o olhar da nação, o julgamento da quadrilha que assaltou os cofres públicos e tentou abalar a honra do país reveste-se de luz. Houve um ou outro momento indefinido, algo pontual. Prevaleceram, no entanto, de maneira irretorquível, os princípios básicos da democracia, o amplo direito à defesa, o contraditório, mesmo sendo desprovidos de estofo, de qualificação.
     A Justiça esteve - talvez como nunca - ao lado da sociedade, percorrendo com ela as dezenas de milhares de páginas do mais importante processo criminal já julgado pela nossa mais alta Corte. A condenação exemplar dos criminosos - por uma inquestionável e avassaladora maioria - é uma conquista no país, que exigia uma resposta à altura dos crimes perpetrados por um bando de desqualificados, personagens nefastos de uma agressão aos princípios que devem ser mais caros em uma democracia.

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