segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Estado não negocia com bandidos

     Entre as muitas bobagens escritas e ditas recentemente pela turma ligada ao PSDB, desponta uma que extraí do noticiário de hoje da Folha. Segundo matéria sobre a violência em São Paulo, o sociólogo Cláudio Beato defende a negociação com o crime organizado, em situações emergenciais, como a que vivem diversos estados.
     Seria - exagerando um pouco, reconheço - algo semelhante a realizar uma mesa-redonda com presentantes dos diversos setores do Estado e alguns chefões da bandidagem - com direito a água mineral e cafezinho -, para discutir uma pauta de reivindicações, chegar a pontos comuns e terminar com a mortandade.
     Admito que talvez fosse uma solução imediatista e atendesse aos temores da população, acuada e oprimida por criminosos. Mas não tenho dúvidas que seria um tiro no pé, uma admissão de incapacidade. Ao negociar com assassinos, o Estado ficaria, para sempre, refém de atentados.
     Crime, organizado ou não, tem que ser combatido em várias frentes, incluindo a quase sempre ausente 'inteligência'. Ao contrário do que diz o entrevistado, acredito que só o enfrentamento ininterrupto das facções criminosas seria capaz de reduzir as consequências maléficas dessas quadrilhas que se formaram justamente no vácuo que surgiu com a ausência dos poderes constituídos.
     Polícia não conversa com bandidos. Polícia coloca essa gente na cadeia.

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