quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Em nome da Nação

     Vou reiterar minha posição quanto à distribuição dos royalties provenientes da exploração do petróleo: sou plenamente favorável a que todos os estados brasileiros tenham direito a esses recursos, ou não seríamos uma Nação. É evidente que estados produtores devem ter alguma compensação pelos problemas causados pela atividade, especialmente os ambientais. Mas apenas e tão-somente isso. As riquezas naturais do país devem beneficiar a todos os brasileiros, sem discriminação. Elas são nacionais na sua essência. Para mim, uma loteria geológica - que beneficiou Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, por exemplo, e condenou o sertão nordestino à seca - não pode premiar alguns e condenar outros.
      O Congresso, que espelha o País, não poderia olhar a questão de outra maneira. Cabe à presidente sancionar a decisão do Poder Legislativo, tomada - e é bom que não ninguém esqueça - com o apoio decisivo da base governista. É, portanto, uma decisão de Governo. Por tudo isso, fico bem à vontade para expressar minha interpretação. Não é segredo - basta uma passada nos textos que compõem o Blog - que sou um crítico inclemente do esquema de poder que se instalou no país há praticamente dez anos.
     Além de fácil, seria cômodo criticar a provável decisão da presidente, especialmente tendo nascido na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Saúde, quase Gamboa, a região mais que mais bem sintetiza nossa história. Brigar pelos royalties é uma postura palatável, daquelas que têm bom trânsito, fluem com facilidade. Mas iria de encontro a tudo o que aprendi e vivenciei ao longo das últimas décadas.
     O Brasil - e eu tive a oportunidade de, mais do que conhecer, percorrer praticamente todos os nossos estados, com exceção do Amapá e Acre (são 'falhas' que ainda pretendo corrigir) - é único na sua incrível diversidade. Nós todos - independentemente do lugar onde nascemos e nos formamos para vida - somos o resultado dessa realidade.
      Para mim, é absolutamente imoral lutar contra a distribuição de riquezas, de todas as riquezas, sejam elas quais forem. O Congresso, tão justamente criticado, nada mais fez do que cumprir seu papel constitucional. O petróleo - ou os ganhos dele provenientes - é, mais do que nunca, nosso, do país como um todo. A presidente Dilma Rousseff tem o dever de sancionar a decisão.

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