quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O apoio dos insensatos

     Há uma nefasta coincidência de sentimentos e atos unindo os dois julgamentos mais rumorosos dos últimos tempos: o do Mensalão do Governo Lula e o do ex-goleiro Bruno, acusado da morte da jovem Eliza Samúdio, com quem tinha um filho. Em ambos, há uma deletéria afinidade entre criminosos e partes da sociedade. Difícil determinar qual a mais danosa.
     De um lado, nota-se claramente em algumas cartas e comportamentos, que uma parcela de torcedores do clube do ex-goleiro tende a ser solidária com o assassino. É uma minoria, não tenho dúvida, mas mesmo assim inconcebível, pois o crime reveste-se de características hediondas. Ainda bem que há uma avassaladora parcela que consegue distinguir entre paixão clubística e dignidade.
     Já entre os petistas, o fanatismo é bem maior. As manifestações de apoio aos quadrilheiros José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares e ao corrupto João Paulo Cunha (todos já foram condenados) continuam surgindo e tomando forma. Mesmo sendo confrontados pelas provas e pela gravidade dos crimes cometidos contra a Nação, grupos ligados ao PT mantêm a disposição de confrontar o Supremo Tribunal Federal, ao qual acusam de julgar politicamente.
      O Globo de hoje nos conta que o chefe dos bandoleiros, o ex-ministro José Dirceu, procurou diversas entidades - entre elas a União Nacional do Estudantes - pedindo apoio. Algo semelhante ao ex-goleiro Bruno convocar os chefes de torcida organizada de seu ex-clube para defendê-lo. Com um agravante: os pedidos do ex-atleta com certeza não encontrariam o apoio integral que Dirceu vem obtendo.
     A desfaçatez dos apoiadores dos quadrilheiros petistas parece não ter limites e agride os parâmetros mínimos da dignidade. Ao alinharem-se com os responsáveis por uma das mais deletérias agressões aos princípios democráticos, esses insensatos conspurcam a sociedade e desprezam o país.

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