quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O suicídio moral de um ministro

     O ministro Dias Toffoli ultrapassou, hoje, todos os limites da dignidade que são exigíveis de um membro da mais alta Corte do país. Sua intervenção, lastimável sob todos os aspectos, exibiu a face mais subserviente e abjeta do papel a que ele se prestou ao decidir participar do julgamento do Mensalão do Governo Lula, governo ao qual ele serviu diretamente, como assessor do ex-ministro José Dirceu e como empregado do Partido dos Trabalhadores.
     Deveria, em respeito à Nação, ter se dado por impedido. Não o fez. Assumiu, formalmente, o risco de ser ele, também, julgado. E, não resta dúvida, tem sido condenado pela maioria absoluta da sociedade. Ao longo dos últimos meses, seguiu a cartilha evidentemente elaborada em dueto com o ministro Ricardo Lewandowski, com quem vem trocando olhares, papeluchos e disfarçados cutucões.
     O despropositado discurso que fez hoje no plenário do STF, no qual não se inibiu, sequer, de invocar o nome do ex-presidente Lula - o chefe do chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos -, beirou o estelionato ideológio, prática comum - data venia - ao seu partido, que é, sim, o PT. Dias Toffoli, no desespero de criar uma escapatória da cadeia para seus antigos chefes e patrões, decretou o fim da privação da liberdade como penalidade, acompanhando o 'raciocínio' deturpado do vergonhoso ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um dos que deveriam zelar pelos princípios legais, e não o fazem.
     No paroxismo dos argumentos, comparou o julgamento dos bandoleiros do PT e de seus asseclas com a Inquisição. Joaquim Barbosa e a maioria absoluta de seus pares seriam, então, reencarnações de Torquemada. Seria apenas patético, se não fosse um argumento desprovido de caráter, desrespeitoso e ignóbil.
     Claramente desprezado pela maioria dos demais ministros, por sua desqualificação profissional - foi reprovado nos dois concursos que fez para o magistratura -, Dias Toffoli se apequenou ainda mais. Condenou-se a ser, eternamente, o ex-empregado do PT que ocupa um lugar para o qual não fez jamais por merecer. Foi um suicídio moral

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