sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Companheiros desunidos

     Essa companheirada é, mesmo, desunida. Embora o fato já seja público e notório (a condenação de duas empresas ligadas ao deputado federal Paulo Maluf pela Corte de Jersey, um paraíso fiscal britânico, a devolverem cerca de R$ 22 milhões aos cofres da prefeitura de São Paulo), não li qualquer manifestação de apreço ao aliado. Uma nota oficial, pequena que fosse, assinada por Rui Falcão, presidente do PT, acusando os magistrados de Jersey de perseguição ideológica e desancando a imprensa (que eles chamam de mídia) e as elites.
     Imaginei, ainda, que, a exemplo do que já se cogitou em relação à multa aplicada pelo STF a José Genoíno (pela roubalheira no Mensalão), surgisse uma campanha para arrecadar fundos para o parceiro do ex-presidente Lula e um dos principais responsáveis pela vitória de Fernando Haddad em São Paulo.
     Lamentei não encontrar um movimento nas 'redes sociais' destinado a angariar fundos para o amigo de toda as horas. Ou - quem sabe? - um show promovido pela CUT, com direito a gritos de redenção: "Maluf, guerreiro, do povo brasleiro!". A receita dos ingressos serviria para dar uma ajuda a Genoíno e a Maluf. Afinal, ambos - 'Dr. Paulo' e Genoíno - têm um longo histórico de serviços prestados ao PT e a Lula, em particular.
     Na notícia, publicada em todos os jornais e revistas, entre eles O Globo, também não há uma referência sequer a um desagravo partido dos ministros Ricardo Lewandowski ou Dias Toffoli, contra o exagero da dosimetria britânica. Ninguém cogitou, também, de consultar um especialista alemão em direito tributário. Nada. Maluf foi abandonado à própria sorte pelos amigos.

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