quinta-feira, 24 de março de 2011

Os dois lados de Ponte Alta (*)

     Ao escrever sobre os incidentes em Ponte Alta do Tocantins que me conduziram à 22ª Vara Criminal, há dois dias - para depor como testemunha, frise-se (leia texto do dia 23) -, lembrei imediata e claramente de outra incursão que fiz à região, um ano antes, em plena campanha eleitoral para prefeito e vereadores, na companhia de dois queridos amigos de infância de Marechal Hermes. Nessa ocasião, a cidade transpirava 'política'.
     Nas ruas, os dois principais adversários - Cleyton Maia e Arthur Alcides de Barros - lutavam, com as armas à disposição, pelos votos dos 4 mil e poucos eleitores do município. Venceu Cleytom Maia, que derrotou o então prefeito, Alcides, graças - acredito - à 'criatividade' de sua campanha, que usou e abusou dos carros de som e, em especial, de uma 'composição musical' elaborada especialmente para a ocasião, cujo refrão acho que jamais vou esquecer.
     Para satanizar o prefeito e seu adversário, Cleyton, na voz de um cantor local, apregoava:
     "No lado de lá, a coisa tá feia;
       No lado de cá, o povo leva peia".
    

     Para que todos entendam a - digamos - 'poesia da imagem': Ponte Alta, portal de entrada de uma das mais belas regiões do país, o Jalapão, é dividida (em dois 'lados') por um belo e cristalino rio, cujo nome batiza também a cidade.

Histórico político
  


   1) Em outubro do ano passado, Cleyton Maia (DEM) foi preso por crime eleitoral , após denúncias de que estaria comprando combustível para distribuir na cidade, durante a última campanha.
     2) Pouco antes, Cleyton Maia foi acusado pelo Ministério Público Federal do Tocantins de causar danos à Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, a 40 quilômetros de Mateiros (município vizinho). Segundo o Ministério, Maia mantinha uma pista de pouso e uma cascalheira aparentemente abandonada e não recuperada, "sem a devida licença do órgão gestor da unidade de conservação".
     3) Artur Alcides de Souza Barros (PMDB) foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal no Tocantins por suposto desvio de verba pública federal relativo a convênio firmado com o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) para reforma do Centro Educacional Sabino Ferreira, em junho de 2006, quando ainda era prefeito.

     (*) Com a decisiva colaboração de Paulo Sérgio Moreira de Carvalho, um dos amigos de infância que me acompanharam em uma das minhas seis incursões ao Jalapão (o outro foi Antônio Carlos da Mota Figueiredo, o Tôni).

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