quarta-feira, 23 de março de 2011

As noites de Ponte Alta

Os desdobramentos de um pequeno incidente ocorrido há um ano e meio praticamente ocuparam todo o meu dia, ontem. Intimado formalmente (carta precatória), em casa, por um oficial de justiça, fui obrigado a depor na 22ª Vara Criminal, como testemunha de acusação (!!!) de um processo que está correndo na cidade de ... Ponte Alta do Tocantins, uma espécie de portal de entrada do Jalapão, um paraíso ecológico ainda praticamente intocado no qual já 'mergulhei' cinco ou seis vezes.
Tudo começou numa segunda-feira – é isso mesmo, segunda-feira - de outubro de 2009. Uma - podemos chamar assim – ‘casa de festas’ da cidade, mantendo uma já insuportável tradição, ligou sua aparelhagem de som no volume mais alto, sapecou uma seleção de pagodes e axés na vitrola e não deixou ninguém dormir, sem distinguir entre moradores e os mistos de turistas e aventureiros que por lá estavam.
Da discussão do problema com o dono da pousada onde estávamos hospedados (eu e  Guilherme, meu genro mais novo), surgiu a proposta para que fizéssemos uma carta que, além de reclamar do desrespeito à legislação do silêncio, ponderasse quanto à impropriedade daquele comportamento justamente em uma região fadada ao turismo ecológico. Fizemos, mandamos por e-mail, confirmamos a autencidade por telefone (a essa altura, a carta já havia sido encaminhada pelo hoteleiro à delegacia local) e esquecemos o caso.
Pois bem: pelo que fiquei sabendo ontem, ao ouvir a leitura do processo, a busca pela paz virou caso de polícia, mesmo, colocando em polos opostos os donos de pousadas (preocupados com o bem-estar de seus hóspedes e com suas caixas registradoras, não necessariamente nessa ordem) e os barões das noites locais. Um caso que promete se estender e que espero estar resolvido até minha nova viagem ao Tocantins.
Na verdade, contei toda essa história para justificar alguns comentários de hoje, que deveriam ter sido postados ontem e que foram postergados a bem da saúde física e mental dos que vivem ou se aventuram em Ponte Alta.

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