Ao ver a fúria de um indignado (e rico) consumidor chinês, que destruiu a marretadas nada menos do que um exclusivíssimo Lamborghini, para demonstrar sua insatisfação com o - digamos - pós-venda, fui remetido a um episódio ocorrido aqui nas nossas bandas, nos anos 1990, quando editava o caderno de automóveis do ainda ativo Jornal do Brasil.
O alvo da fúria brasileira era apenas um simplório modelo Chevrolet, que - com um defeito original - provocava pesadelos no seu proprietário. Por mais que houvesse tentado, o dono do possante não conseguira o desejado: a troca do veículo. E aqui vale uma observação: essa troca é praticamente impossível. As montadoras têm o direito de tentar reparar defeitos por prazos que, se bem usados (e geralmente são), podem se eternizar.
Desesperado, o tal proprietário teve uma inspiração: decidiu simplesmente incendiar o automóvel, em frente a uma revendedora, e convocou a imprensa para o ato, com antecedência. Imaginem o rebuliço.
No episódio brasileiro, o consumidor levou a melhor e conseguiu o acordo com a montadora. Feitas as contas, ficou claro - na ocasião - que a marca ficaria literalmente muito mais queimada com o incêndio do que com a reparação do problema.
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