Confesso que me emocionei, no fim da noite de ontem, começo da madrugada de hoje, com o especial da TV Globo sobre Angenor de Oliveira, o Cartola, um gênio da música popular brasileira, talvez o maior do século que passou. Quanto mais escuto Cartola e conheço sua vida, mais me convenço que ele foi um desses fenômenos que surgem de tempos em tempos, desafiadores, inexplicáveis, teoricamente impossíveis, avassaladoramente fortes.
Eu olho, vejo, escuto e o encantamento aumenta geometricamente. Um negro pobre, que viveu em favelas a maior parte da vida, perdeu a mãe muito cedo, foi deixado de lado pelo pai, lavou carro e serviu cafezinho em um ministério transpira algo como "as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti". Ou vislumbra que "a vida é um moinho", capaz de 'triturar sonhos" e "reduzir ilusões a pó".
Alguém capaz de produzir esses sentimentos e imagens tão definitivos e poéticos deveria ser cultuado e apresentado sempre às novas gerações. Não apenas como um compositor fantástico, até certo ponto inigualável, mas como uma referência da mais pura cultura brasileira.
Ótimo texto!Perdi o Programa,peguei no sono, rs
ResponderExcluirMas Cartola é demais!
beijos de Ana Maria
Grande Marco.
ResponderExcluirGostei muito desse comentário sobre o Cartola. Considero ter sido ele um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. As centenas de canções que ele compôs são plenas de inspiração e beleza poética, verdadeiramente impressionantes se considerarmos sua condição social e seu limitado grau de cultura. Prova de que do lixo também nascem flores.
Abrços do Paulo.
Ana e Paulo.
ResponderExcluirFalar sobre Cartola é um privilégio.