sexta-feira, 18 de março de 2011

Um pontapé no Obama


Se eu fora um militante do PT, daqueles que colocavam durepox na fechadura de agências bancárias e pediam o impeachment do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no primeiro dia de seu segundo mandato, certamente estaria desnorteado hoje, véspera da visita ao país do símbolo maior do império do mal.
Não é que a presidente eleita pelo partido e seus líderes estão - digamos - chateados com a notícia de que há preparativos, no Rio, para um ato de contrário à visita de Obama ao Brasil? Logo eles, que jamais levantaram a voz quando petistas de carteirinha distribuíam 'afagos' em vários 'agentes do imperialismo', ou quebravam janelas de ônibus a pedradas. Ao contrário. Seus atos, que os "reacionários" classificavam de vandalismo, tinham sempre uma análise amiga, uma justificativa por parte da cúpula partidária, que não conseguia esconder o riso ao saborear as imagens.
Bons tempos aqueles - devem estar pensando aqueles ativistas -, quando chutes, xingamentos e atitudes afins eram considerados expressões legítimas da luta de 'ideias'. Por essa, esses idealistas não deveriam estar esperando. Afinal, engoliram calados as demonstrações de carinho-quase-amor entre seu líder maior e José Sarney e Collor; o conluio com Sérgios Cabrais de vários estados; a imolação de José Dirceu.
Essa subserviência ideológica - devem estar se lamentando - merecia ser presenteada, ao menos, com o direito a um chute no traseiro do Obama.

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