quinta-feira, 3 de março de 2011

Complexo de vira-latas

     Duas frases chamaram a minha atenção, ao passar rapidamente pelo programa Globo News em pauta de ontem à noite. O tema em debate era a crise na Líbia do ditador e terrorista Muammar Kadafi. Crise que está se encaminhando para uma orgia de sangue. Confesso que não consegui distinguir bem a autora, pois não estava olhando para a tela. Creio que foi a correspondente da Globo News em Washington (acho que reconheci a voz), mas também poderia ter sido uma assessora de imprensa do governo que por lá estivesse, pela 'profundidez' e tom incisivo/colérico - talvez inspirado nas performances circenses da atual ministra da Pesca - das tais observações. Vamos a elas:
    1 - "O Governo Brasileiro não apoia ditaduras";
    2 - "O Brasil não vai apoiar a invasão da Líbia pelos Estados Unidos. A desculpa americana (para movimentação de navios na região) é muito ... é ... é ... é ... esfarrapada".
    Lendo assim, sem o - digamos - calor do momento, pode parecer exagero. Mas, acreditem, não é. Os debatedores do tal programa da eficiente Globo News simplesmente ignoraram a história recente da política externa brasileira, marcada pelo apoio escancarada e indigno aos governos do Irã e da própria Líbia, sem falar na relação amorosa e pervertida que mantinha (mantém?) com Cuba, Venezuela e alguns tiranos assassinos africanos. O resto é o complexo de vira-latas - entronizado nos debates pelo dramaturgo Nélson Rodrigues - em relação aos Estados Unidos.

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