segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não à estupidez

     Acho que já contei esse episódio algumas vezes, aqui mesmo, no O Marco no Blog. De qualquer modo, acredito que exprime bem o que penso sobre lutas - qualquer tipo de luta que imponha sofrimento ao oponente. A ocasião pede repetição. Vamos lá.
     Estávamos em 1982 ou 1983 e eu tinha o prazer de trabalhar na Editoria de Esportes do Jornal do Brasil, chefiada, àquela época (a partir da Copa da Espanha), pelo meu amigo João Areosa, que nos deixou prematuramente.
     Por alguma dessas fatalidades, ocorreram duas ou três mortes em lutas de boxe, provocadas por traumatismo craniano. Com a aprovação da direção de redação, Areosa decidiu que não deveríamos mais publicar notícias sobre lutas, pois não poderíamos considerá-las esportivas.
     E assim fizemos. O boxe, em especial, desapareceu de nossas páginas, exceto quando noticiávamos um acidente com um lutador, para marcar decididamente nossa posição contrária à violência.
     Não sei se, hoje, em função das implicações comerciais, conseguiríamos extirpar as lutas desse tal de MMA das nossas páginas. Se dependesse de Areosa e de quase toda a equipe de então, essa estupidez certamente seria ignorada.
     Por mais que procure, continuo não encontrando esportividade em dois homens (ou mulheres) tentando se destruir, em meio a jorros de sangue. Espetáculos assim podem ser qualquer coisa, menos esporte.

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