terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Desfaçatez e arrogância


     Confesso que tenho me preocupado mais com a democracia ateniense do século V a.C. do que com a nossa. Os debates filosóficos entre Protágoras e Platão têm muito mais sabor e atualidade do que as cretinices embutidas nos discursos dos nossos políticos em geral, petistas em particular. Mas até esse afastamento voluntário da realidade nacional tem limites. Hoje, por exemplo, não resisti à compulsão de comentar mais uma demonstração de arrogância e estupidez emanada das hostes do partidos dos quadrilheiros condenados pelo assalto aos cofres públicos no primeiro governo do ex-presidente Lula.
     Não sei se todos vocês acompanharam coma devida atenção as notícias sobre um grupo de deputados do PT que decidiu confrontar, mais uma vez, a dignidade nacional, em defesa do mandato do ex-presidente do seu (deles, é claro!) partido, José Genoíno, condenado justamente à cadeia por diversos crimes contra a Nação. A desfaçatez dessa gente não tem limites. Só mesmo em um país governado por desajustados seria possível conviver com esse paradoxo absoluto: um presidiário ter o direito de continuar exercendo um mandato eletivo.
     Pois é o que pregam diversos expoentes petistas, entre eles o irmão do prisioneiro, ele mesmo envolvido em um até hoje inexplicável incidente que envolveu um de seus auxiliares diretos, flagrado carregando uma fortuna em dólares na própria cueca. Em sua sanha, esses degenerados - segundo alguns de nossos jornais, entre eles O Globo - usam algumas das armas mais disseminadas entre eles: a chantagem e a ameaça.
     Se, como deveria ser feito, o presidente da Câmara colocar em votação a perda do mandato de Genoíno - mandato que ele já deveria ter abandonado, em nome da dignidade -, os petistas prometem retaliações inimagináveis e investem - mais uma vez!!! - contra a Justiça, em especial o Supremo Tribunal Federal, mais precisamente seu presidente, ministro Joaquim Barbosa.
     São os arautos de uma época recheada de escândalos institucionais e morais. Algo jamais visto em toda a história republicana. Nunca tantos roubaram tanto, em tão pouco tempo. Dos mensaleiros aos aloprados; dos cuequeiros aos batedores de carteira dos ministérios (foram sete ministros envolvidos em falcatruas apenas no primeiro ano do governo Dilma); da turma das orgias na mansão do Lago Sul, às alcovas da representação federal em São Paulo.
     Essa gente é desprezível.

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