sábado, 23 de novembro de 2013

Uma ameaça à Nação

     Há, em curso, uma vergonhosa e vagabunda inversão de valores, capitaneada - não por acaso - pelo PT e seus acólitos. Criminosos condenados são apresentados à opinião pública como pobres perseguidos pela Justiça, em geral, e por um juiz em particular o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal. O ainda e inexplicavelmente deputado federal José Genoíno, então, tem merecido demonstrações extremadas de apoio, como se um discutível passado pudesse servir de eterno salvo-conduto.
     Seguindo esse raciocínio, bons filhos e alunos exemplares, como Carlinhos Cachoeira e alguns dos nossos mais proeminentes traficantes, deveriam ser julgados pelos seus atos pretéritos, e não pelo que fazem no presente. Não pode haver vigarice maior.
     No caso dos quadrilheiros petistas trancafiados no Presídio da Papuda, em Brasília, o argumento fede, por velhaco e podre. Ninguém está condenando José Dirceu, um dos homens mais influentes no PT, e Genoíno por eventuais crimes cometidos durante o confronto com a ditadura militar que comandou o país por 21 anos (Delúbio Soares, por absolutamente medíocre e desqualificado, não entra, sequer, nessa relação). Esses crimes - que existiram, à luz da legislação em vigor - foram perdoados quando da aprovação da Lei da Anistia.
     O peso da Justiça está caindo, hoje, sobre um bando de assaltantes que mergulharam nos cofres públicos para beneficiar projetos políticos e, em alguns casos, para encher os próprios bolsos. Simples assim. O fato de terem enfrentado a ditadura militar não pode ser usado por esses criminosos e por seus seguidores como uma gazua. Milhares de brasileiros também enfrentaram os mesmos tempos difíceis, das mais diversas formas. Nem por isso estariam liberados para roubar bancos ou assaltar caixas de mercearias.
      Ao se colocarem ao lado de meros bandoleiros, dirigentes petistas e assemelhados estão, como vêm fazendo há um bom par de anos, prestando um enorme desserviço à Nação. Há quem o faça, reconheço, por ingenuidade ou uma espécie de 'romantismo' fora de hora. Mesmo assim, o endosso da tese de que esses condenados são 'presos políticos' envergonha o País.
     Não são, nunca é demais repetir, ressaltar, enfatizar. No mínimo, pela incoerência da tese, que não se sustenta. Afinal, vivemos numa democracia, apesar de tudo e de muitos que andam por aí. E em democracias não há presos políticos, ao contrário do que ocorre na ilha dos irmãos Castro, na China e na Coreia do Norte, para ficarmos no campo dos parceiros ideológicos da turma que está no poder.
     A criminosa ofensiva contra o STF e seu presidente, no entanto, remete, ela sim, a projetos antidemocráticos. Desestruturando a Justiça, o caminho do arbítrio e da censura estaria aberto. O que está em jogo não é apenas a prisão de meia dúzia de meliantes, mas a dignidade da Nação, seu futuro.

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