sábado, 16 de novembro de 2013

A voz da Justiça

     O quadrilheiro petista José Dirceu, ex-ministro e homem de confiança absoluta do Governo Lula, antes de ir para a cadeia - onde deveria estar há muito tempo - deu uma entrevista a O Globo e disparou essa frase bombástica, que serve de título á reportagem: "Querem me fuzilar", referindo-se à condenação pelo assalto aos cofres públicos e ao que classifica de "perseguição da imprensa".
     Seria verdade, caso ele vivesse em Cuba, o paraíso caribenho dessa gente demagoga e inconsequente que mergulhou o país numa crise que poderia ter tido contornos muito graves, se não fosse o destemor do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Na terra dos irmãos Castro, os mais antigos ditadores do mundo, adversários políticos do poder são encostados historicamente no paredão, quando não são assassinados com tiros na cabeça, como aconteceu com muitos, sem direito a julgamento.
     Na China, já teriam recebido um tiro na nuca e suas famílias ainda seriam obrigadas a pagar o custo da munição. No Irã, talvez fossem enforcados em praça pública ou, no mínimo, teriam a mão decepada. Na Coreia do Norte, não teriam escapado de um pelotão de fuzilamento. E ninguém ficaria sabendo. Isso, para ficar apenas entre os mais próximos aliados ideológicos do governo do qual essa gente ainda faz parte, mesmo extraoficialmente.
     Aqui nessas terras onde se plantando tudo dá, apesar do viés claramente antidemocrático dos detentores do poder, que sonham com uma republiqueta no estilo venezuelano, a justiça prevalece, apesar de pressionada, manipulada e envergonhada por julgadores assemelhados ao revisor do processo do Mensalão, ministro Ricardo Lewandowsky.
     Dirceu e seus comparsas tiveram direito a um julgamento livre, acompanhado de perto por milhões de brasileiros, ao longo do segundo semestre do ano passado. Puderam pagar fábulas pelos advogados mais caros do país (de onde saiu esse dinheiro, não se sabe, pois todos alegam ter vida 'modesta'). Contaram com o apoio ostensivo do governo federal e dos seus companheiros de partido. Puderam, até, se beneficiar da troca de juízes ao longo do julgamento, num processo obviamente programado graças às postergações. Sem falar no apoio de alguns ógãos de imprensa e jornalistas comprados por verbas oficiais.
     Cadeia, pelo que fizeram, é o mínimo que se poderia esperar. Presos, continuam a desafiar a Justiça e a dignidade da Nação, com declarações acintosas, como a de que são "prisioneiros políticos". Como se não vivessem em um país governado por seus parceiros. São meros criminosos, ladrões do dinheiro público, como ficou comprovado ao longo do julgamento mais importante da nossa história recente.
     A hipótese de que continuem a exercitar o que chamam de 'política', mesmo presos - através de textos em blogues ou páginas companheiras -, me provoca engulhos. Seria algo semelhante aos chefões do tráfico terem o direito de assinar colunas enaltecendo seu ofício. Não se deve dar voz a criminosos condenados. Eles já falaram durante o processo.

     PS: É evidente que o PT formalizaria seu apoio aos quadrilheiros, que continuam influentes e depositários de informações que poderiam desestabilizar seu projeto de poder.

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