domingo, 3 de novembro de 2013

O Nero da picareta

     A megalomania não se expressa, apenas, através de obras suntuosas e de uso duvidoso, como a Cidade da Música do ex-prefeito e atual vereador César Maia (DEM-RJ), ou do despropositado trem-bala da presidente Dilma Rousseff, projeto destinado a enriquecer ainda mais determinadas empreiteiras, para ficarmos apenas nos domínios do povo que vive aqui no Rio.
     Essa manifestação doentia que atinge governantes, em especial, também pode se constituir através da destruição de um bem público, de maneira arbitrária, unilateral e ditatorial, como a demolição da Avenida Perimetral, obsessão do prefeito Eduardo Paes e que está prestes a ser executada.
     Sem levar em conta a opinião da população carioca, como se esperava já que se trata de algo dessa magnitude, nosso prefeito decidiu que a obra paga com dinheiro público deve ir abaixo, para dar lugar a um projeto com o qual pretende marcar sua carreira política: a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro.
     Ninguém, com um mínimo de consciência, poderia ser contrário a uma intervenção urbanística que recuperasse para a cidade uma área com tamanho potencial e que está abandonada há tanto tempo. A maneira escolhida por ele, Eduardo Paes, no entanto, é, no mínimo arbitrária.
     Como se fosse um imperador que não deve satisfação aos súditos (uma espécie de Nero da marreta e da picareta) , decidiu gastar uma fortuna - mais de R$ 350 milhões - para destruir um patrimônio público que custou outra fortuna aos cofres públicos, alimentados por nossos impostos. Em nenhum momento deu sinais de que ira estudar alternativas, mesmo diante da clara rejeição ao seu projeto, manifesta de várias formas.

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